O Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS, instituição vinculada à Secretaria de Estado da Cultura do RS – Sedac, inaugura no próximo sábado (17.12.2022), às 17h, a exposição “PULSE: Rogério Nazari e Telmo Lanes – Trajetórias 1976-2022”. A mostra segue em exibição até 14.05.2023 (prorrogada até 21.05), ocupando o foyer e três salas no 2ª andar.
Artistas cuja produção se inscreve no contexto de difusão e afirmação das linguagens artísticas contemporâneas no Rio Grande do Sul entre os anos 1970 e 80, Rogério Nazari e Telmo Lanes se reencontram décadas depois para apresentar uma exposição conjunta que revisa o legado de suas atuações no passado e que apresenta sua produção desenvolvida nas últimas décadas.
Lanes participou do grupo de artistas em torno do cartazete Nervo Óptico (1976-1978) e com Nazari integrou o coletivo reunido no Espaço N.O. – Centro Alternativo de Cultura (1979-1982). Em comum, foram experiências voltadas à defesa das manifestações artísticas não convencionais, vinculadas às práticas vindouras dos conceitualismos e experimentalismos dos anos 1960 e 70.
Em sequência a essas experiências, Nazari e Lanes passam a trabalhar em conjunto, colaborativamente, atuando em dupla e realizando trabalhos em coautoria, mantendo essa atuação de modo constante e experimental durante a metade dos anos 1980. É a época do chamado “retorno da pintura” e também da cultura comportamental do pós-punk e do dark-gótico, tendo o som do rock, o visual do vestir e o prazer coletivo da vida noturna como bases de identidade.
“PULSE: Rogério Nazari e Telmo Lanes – Trajetórias 1976-2022” faz um resgate dessa parceria, contemplando também um panorama das produções individuais de ambos. Constituída por pinturas, xerografias, fotografias, instalações e registros de performance, esta expressiva produção permaneceu praticamente inédita, raramente exibida, em raras e breves ocasiões, sendo “redescoberta” nesta oportunidade.
A curadoria é de Ana Albani de Carvalho, curadora convidada, Francisco Dalcol, diretor-curador do MARGS, e Cristina Barros, curadora-assistente do MARGS, com produção de José Eckert, Núcleo de Curadoria do MARGS.
A exposição contempla desde os trabalhos individuais da época do Nervo Óptico e do Espaço N.O., apresentando obras definidoras e referenciais das poéticas de ambos, até a produção desenvolvida nos anos seguintes até aqui. Se na produção de Nazari se sobressaltam as estratégias da arte postal e da arte xerox junto à temática da homoafetividade, na de Lanes é a investigação sobre a formação do olhar e a subversão irônica da materialidade artística. Em ambos, tendo o corpo como um amplo território de possibilidades expressivas e descobertas poéticas.
Juntamente às produções individuais, a exposição faz um resgate da atuação conjunta de Nazari e Lanes nos anos 1980, englobando 3 momentos: a performance e a instalação “Porquê choras?” de 1985, a pintura feita a quatro mãos em 1986 pelo Projeto Releituras do MARGS e que integra o acervo do Museu, e a participação da dupla com uma sala na 19ª Bienal de São Paulo de 1987.
Nesse resgate, a produção apresentada é bastante representativa do direcionamento que Nazari e Lanes deram à época em uma produção realizada em coautoria. É a via de uma pintura figurativa que resulta de alto investimento na habilidade da fatura e pautada por um caráter simbolista e romântico, também informado pela história da arte, articulando temas e motivos que versam sobre vida, morte e existência, relacionados à cultura cristã, à tradição ocidental e aos valores de movimentos artísticos como o maneirismo. Uma sofisticação aprofundada e erudita, porém tensionada por elementos distópicos, niilistas, “decadentes” e até por manifestações da dita baixa cultura como o kitsch.
Ao revisar o legado das realizações de Nazari e Lanes no passado e de suas produções desenvolvidas até aqui em mais de 4 décadas, esta mostra é apresentada como parte de 2 programas expositivos em operação no Museu e que são aqui interligados: “Histórias ausentes”, voltado a resgates e revisões históricas, e “História do MARGS como história das exposições”, que aborda a história institucional do Museu.
PULSE: Rogério Nazari e Telmo Lanes
Ana Albani de Carvalho
Curadora convidada
Doutora em Teoria, Crítica e História da Arte. Professora da UFRGS
Pulse. Pulse no ritmo de um coração de chumbo. Dura pedra. Mas posso ouvir sua respiração. Pulse um amor que não se permitiu ver à luz do sol. Moema… por que tanto choras, mulher? E os meninos, juntos ali. Ironia? Então, apenas pulse. Pulse enquanto caminha entre os destroços de um projeto de civilização. Viram que lindo desenho o mofo produziu sobre a casca do pão? Mas as entranhas são intragáveis. E o resto é deserto. Distopia. Naufrágios. Mas ainda assim, pulse. Não é melodia, harmonia talvez. E ainda ouço um som que vem do jardim. Afinal, por que choras? Somente sabe por que chora aquele que sabe por que ri. Então pulse.
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“PULSE” traz a público um recorte da produção artística realizada por Rogério Nazari e Telmo Lanes entre 1976 e 2022.
Constituída por pinturas, xerografias, fotografias, instalações e registros de performance – em sua maioria pertencentes aos acervos pessoais dos próprios artistas –, esta expressiva produção permaneceu praticamente inédita, raramente exibida e parcamente difundida ou contemplada de forma articulada conforme proposto pela montagem apresentada agora no MARGS.
Ocupando 4 diferentes espaços expositivos do Museu, “PULSE” permite um olhar atualizado pelos debates mais recentes travados no contexto de um mundo pandêmico, atravessado por profunda crise estrutural nos mais variados campos da vida social – desde a economia contemporânea, passando pela ética e a estética –, sobre as questões artísticas propostas por Nazari e Lanes há pelo menos 40 anos.
Observando especialmente os trabalhos realizados na década de 1980, ressalta-se a realização de pinturas em modo colaborativo, as apropriações de imagens da história da arte em uma perspectiva crítica e o papel desempenhado pelo virtuosismo e pelo domínio das diferentes técnicas e tecnologias para acentuar o esfacelamento dos limites e fronteiras – sempre litigiosas – entre a cultura dita erudita, o popular e o vasto campo do entretenimento.
Situados em relação ao ideário pós-modernista vigente no debate crítico dos anos 1980 – lembremos da transvanguarda italiana, do neo-expressionismo, do investimento na paródia e no pastiche –, tanto os trabalhos individuais quanto os realizados em modo colaborativo pelos dois artistas não se rendem em sua máxima potência conceitual e plástica a um olhar apressado por respostas ou significados precisos e fechados.
Por isso também – mas não somente por isso –, o título da exposição é tanto um verbo, uma ação proposta, quanto um convite a uma experiência sempre única: Pulse. Como um movimento essencial à vida, mas que permanece quase invisível sob a pele, no ritmo do sangue que circula: Pulse. E também no sentido de Pulse como reverberação possível, fazendo com que a presença articulada deste conjunto de obras em uma narrativa espacial – pensada em modo também compartilhado entre Nazari e Lanes em interlocução com a curadoria – possa representar um movimento de inscrição mais efetiva destas proposições na historiografia da arte brasileira a partir da esfera local.
Rogério Nazari e Telmo Lanes — Trajetórias 1976-2022
Francisco Dalcol
Diretor-curador do MARGS. Doutor em Teoria, Crítica e História da Arte
Cristina Barros
Curadora-assistente do MARGS. Bacharela em História da Arte
A produção de Rogério Nazari e Telmo Lanes se inscreve em um contexto específico entre os anos 1970 e 80, caracterizado por importantes transformações no campo artístico de Porto Alegre.
De uma parte, marcado por iniciativas ousadas e até impactantes de veiculação e afirmação das concepções e práticas artísticas contemporâneas. E de outro, por reações de contrariedade e inclusive virulência quanto ao impacto dessa renovação de contemporaneidade, por parte de nomes de uma geração estabelecida anteriormente com as conquistas dos valores artísticos modernos.
Estabelece-se aí um produtivo choque artístico geracional, mas que é sobretudo conceitual, de entendimento e atitude sobre a função do artista e de sua produção.
Lanes participa do grupo de artistas em torno do cartazete Nervo Óptico (1976-1978), realização fundamental para a inserção e recepção públicas das linguagens artísticas contemporâneas no cenário local. E com Nazari integra o coletivo reunido no Espaço N.O. – Centro Alternativo de Cultura (1979-1982), que constitui uma das mais relevantes e emblemáticas iniciativas no histórico de espaços coletivos, multidisciplinares e autogestionados mantidos por artistas em Porto Alegre.
Em comum, foram experiências voltadas à defesa das manifestações artísticas não convencionais, vinculadas sobretudo às práticas vindouras dos conceitualismos e experimentalismos vanguardistas dos anos 1960 e 70.
Assim, na passagem daquela Porto Alegre das décadas de 1970 para 80, ambas as iniciativas concatenaram uma renovadora produção, pautada pela pesquisa de linguagem e pela investigação de novos meios, suportes, materiais e possibilidades expressivas. Isso envolvia fotografia, performance, arte postal e instalações, além de estratégias e mídias gráficas como fotocópias, carimbos, estêncil, cartazes, impressos e publicações de artistas.
Em sequência às experiências do Nervo Óptico e do Espaço N.O., Nazari e Lanes prosseguiram nos anos 1980 sintonizando com os tempos vindouros. Não exatamente com o “boom” comercial do denominado “retorno da pintura” que pautou o período, ainda que estivessem aderindo ao pintar. Mas mais precisamente à cultura comportamental atrelada às referências do pós-punk e do dark-gótico, tendo o som do rock, o visual do vestir e o prazer coletivo da vida noturna como bases e índices de identidade.
Aproximados pela afetividade da amizade e pelos mesmos interesses artísticos, os dois artistas passam a trabalhar em conjunto, colaborativamente, atuando em dupla e realizando trabalhos em coautoria, mantendo essa atuação de modo constante e experimental durante a metade da década de 1980.
“PULSE: Rogério Nazari e Telmo Lanes – Trajetórias 1976-2022” faz um resgate dessa potente parceria, contemplando também um panorama das produções individuais de ambos.
Em um ordenamento mais ou menos seccional e cronológico, a exposição contempla desde as produções individuais da época do Nervo Óptico e do Espaço N.O., apresentando trabalhos definidores e referenciais das poéticas de ambos. Ao que se seguem obras posteriores desenvolvidas ao longo de suas pesquisas até o presente, a maioria delas pouco vistas, em raras e breves ocasiões, muitas delas sendo “redescobertas” nesta oportunidade.
Se na produção de Nazari se sobressaltam as estratégias da arte postal e da arte xerox junto à temática da homoafetividade, na de Lanes é o investimento em uma investigação sobre a formação do olhar e a subversão irônica da materialidade artística. Em ambos, tendo o corpo como um amplo território de possibilidades expressivas e descobertas poéticas.
Outro segmento da exposição é a produção realizada conjuntamente por Nazari e Lanes, englobando ao menos 3 momentos. Um deles é a performance e instalação “Porquê choras?” (sic), executada em 1985 e que é agora recuperada em uma sala com a reunião de registros documentais, fotográficos e audiovisuais.
Um segundo momento é o resgate da história em torno da pintura feita pela dupla a quatro mãos e que integra o acervo do MARGS. Intitulada “O remorso”, foi realizada em 1986, no âmbito do Projeto Releituras, no qual artistas eram convidados pelo Museu a propor releituras de obras da coleção. Nazari e Lanes reinterpretaram uma pintura de Pedro Weingärtner e as apresentaram juntas na ocasião, propondo uma instalação — que agora, nesta exposição, é recriada no foyer do MARGS.
Por fim, é resgatado um terceiro momento da atuação conjunta dos artistas, com a tentativa de remontagem parcial da sala por eles criada na 19ª Bienal de São Paulo, em 1987. Juntamente à recriação do cenário da época, estão reunidas as pinturas que foi possível localizar entre as originalmente apresentadas.
O conjunto é bastante representativo do direcionamento que Nazari e Lanes deram à produção realizada em coautoria à época. É a via de uma pintura figurativa que resulta de alto investimento na habilidade da fatura. E pautada por um caráter absolutamente simbolista e mesmo romântico, também informado pela história da arte, articulando temas e motivos que versam sobre vida, morte e existência, relacionados à cultura cristã, à tradição ocidental e aos valores de movimentos artísticos como o maneirismo. Uma sofisticação aprofundada e erudita, porém tensionada por elementos distópicos, niilistas, “decadentes” e até por manifestações da dita baixa cultura como o kitsch.
Ao revisar o legado das realizações de Nazari e Lanes no passado e de suas produções desenvolvidas até aqui em mais de 4 décadas, esta mostra é apresentada como parte de 2 programas expositivos em operação no Museu e que são aqui interligados: “Histórias ausentes”, voltado a resgates e revisões históricas, e “História do MARGS como história das exposições”, que aborda a história institucional do Museu.
ROGÉRIO NAZARI
(Araranguá/SC, 1951)
Estudou Arquitetura e Artes Plásticas. Sua prática artística é marcada pelas experiências com arte postal e arte xerox, além de performance, instalação e pintura. Um dos temas que se destacam em sua poética é a representação da homoafetividade.
Foi um dos artistas atuantes no Espaço N.O. – Centro Alternativo de Cultura (1979-1982), onde realizou mostra individual de arte xerox e organizou mostra internacional de arte postal, prática artística que utiliza o sistema de correios como meio. À época, atuou ativamente no circuito internacional de arte postal (mail art).
Na metade dos anos 1980, atuou em dupla com o artista Telmo Lanes, tendo realizado performances, instalações e pinturas a quatro mãos, explorando uma linguagem simbólica e distópica. Em 1985, realizam “Porquê choras?”, performance e instalação com pinturas e música. E em 1986, apresentam exposição na Galeria Tina Presser.
Participou da 16ª Bienal de São Paulo (1981), no Núcleo Arte Postal com os artistas do Espaço N.O., e da 19ª Bienal de São Paulo (1987), apresentando produção realizada em coautoria com Telmo Lanes.
Também participou de salões e diversas exposições coletivas no Brasil, incluindo realizações apresentadas pela Funarte e pelo MAM do Rio. Mais recentemente, participou da mostra coletiva “Queermuseu — Cartografias da diferença na arte brasileira” (Santander Cultural, em 2017, e Parque Lage, em 2018).
No MARGS, participou em 1985 da exposição coletiva “NIHIL”, com pinturas suas, de Carlos Wladimirsky, Mário Röhnelt e Milton Kurtz. Em 1986, apresentou com Lanes, pelo Projeto Releituras, a instalação e pintura em coautoria “O remorso”. E em 2019, realizou com Wladimirsky e Cristina Rosa performance pelo programa público da exposição “Espaço N.O. 40 anos — Arquivos de uma experiência coletiva”.
Trabalha como Diretor de Arte em produção de audiovisual para cinema e televisão.
TELMO LANES
(Porto Alegre/RS, 1955)
Ainda na adolescência, descobriu o Dadaísmo que sempre o inspirou. Na metade dos anos 1970, passou a trabalhar com Carlos Pasquetti, Mara Alvares, Carlos Asp, Clóvis Dariano e Vera Chaves Barcellos no grupo Nervo Óptico (1976-1978).
A partir de 1975, produziu diversos projetos paralelos, apresentados em mostras coletivas e outras manifestações.
Em 1978, depois de cultivar uma unha por muitos meses, a expôs em várias situações alegóricas, marcando sua forte relação de sua produção com o corpo.
Em 1979, fez seu primeiro projeto individual, aterrando um sala da Galeria 542 e fazendo um molde de seu corpo em cimento, tomando-o como paisagem.
Foi um dos artistas atuantes no Espaço N.O. – Centro Alternativo de Cultura (1979-1982).
Na metade dos anos 1980, atuou em dupla com o artista Rogério Nazari, tendo realizado performances, instalações e pinturas a quatro mãos, explorando uma linguagem simbólica e distópica. Em 1985, realizam “Porquê choras?”, performance e instalação com pinturas e música. E em 1986, apresentam exposição na Galeria Tina Presser.
Em 1988, começa outra etapa na pintura, agora mais pop, com referências e inspirações no cotidiano.Nos anos 2000, adentra corpo humano, com pinturas de imagens endoscópicas.
Participou da 16ª Bienal de São Paulo (1981), no Núcleo Arte Postal com os artistas do Espaço N.O., e da 19ª Bienal de São Paulo (1987), apresentando produção realizada em coautoria com Rogério Nazari.
Também participou de salões e diversas exposições coletivas no Brasil, incluindo retrospectivas do Nervo Óptico (Centro Cultural SP, 2017, Galeria Superfície, em 2018) e, mais recentemente, “Queermuseu — Cartografias da diferença na arte brasileira” (Santander Cultural, em 2017, e Parque Lage, em 2018).
No MARGS, em 1976, realizou com Carlos Asp, Carlos Pasquetti, Clóvis Dariano, Jesus Escobar, Mara Alvares, Romanita Disconzi e Vera Chaves Barcellos a “Exposição manifesto” do “Nervo óptico”. Em 1986, apresentou com Rogério Nazari, pelo Projeto Releituras, a instalação e pintura em coautoria “O remorso”. Com obra no acervo do MARGS, participou de diversas coletivas no Museu.
SERVIÇO
“PULSE: Rogério Nazari e Telmo Lanes – Trajetórias 1976-2022”
Quando: abertura 17.12.2022, às 17h. Em exibição até 14.05.2023 (prorrogada até 21.05)
Onde: 2º andar expositivo do MARGS (Galeria João Fahrion e salas Pedro Weingärtner e Angelo Guido). Praça da Alfândega, s/n°, Centro Histórico de Porto Alegre, RS — Brasil — 90010-150
Visitação: terça-feira a domingo, das 10h às 19h (último acesso 18h), gratuito
MARGS | MUSEU DE ARTE DO RIO GRANDE DO SUL
Instituição museológica pública, vinculada à Secretaria de Estado da Cultura do RS, voltada à história da arte e à memória artística, assim como às manifestações, linguagens, investigações, pesquisas e produções em artes visuais.
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Banca do Livro
Bistrô do MARGS
Arteplantas
Tintas Killing
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MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul
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