Aprovado repasse de verba federal para restauração do MARGS

Prédio histórico receberá R$ 5,6 milhões para obras de reforma e manutenção

Projeto prevê recuperação do terraço e melhorias no sistema de climatização

 

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) foi agraciado com uma verba de R$ 5,6 milhões, destinados à reforma da parte superior do prédio e a melhorias no sistema de climatização. Aguardada há anos, a liberação do recurso foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira (18/6).

Por tratar-se de uma construção histórica, tombada em âmbito estadual e federal, o prédio necessita de manutenção e reformas que garantam a preservação do patrimônio e a adequação às normas museológicas.

A verba anunciada provém de um repasse federal, por meio do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos do Ministério da Justiça. O valor garantirá a execução de um projeto de restauro originado em 2013 e apresentado em 2015.

A concretização do repasse é resultado do esforço contínuo e permanente do MARGS e da Secretaria da Cultura do Estado do RS para a recuperação e preservação do museu. O projeto de restauração — que visa melhorias na cobertura do prédio, nos seus quatro torreões e no sistema de climatização interno — ainda aguardava a liberação de verbas para sua implementação.

Nos próximos meses, será iniciado o processo licitatório por parte do Estado do RS para a escolha da empresa que realizará o restauro, cujas obras devem durar cerca de seis meses, conforme estimativa inicial e preliminar do projeto e que deverá passar por readequações e reavaliações. Os prazos tanto da licitação quanto da reforma somente poderão ser melhor previstos no decorrer desse processo. Os trabalhos serão supervisionados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE).

Com a notícia que agracia o MARGS, a secretária de Estado da Cultura do RS, Beatriz Araujo, manifesta-se com entusiasmo:

“Tenho certeza de que existiu um empenho grande por parte do Secretário Especial da Cultura, Henrique Medeiros Pires, bem como do presidente do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), Paulo Amaral, para a destinação dos recursos ao MARGS. A existência de um projeto já aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) também foi determinante. Por tudo isso, estamos trabalhando muito para termos projetos atualizados de todas as instituições da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul (SEDAC) desde que assumimos o governo. Nossas metas quanto à recuperação e manutenção deste patrimônio são ambiciosas”.

O projeto de restauro tem origem em 2013, no chamado PAC das Cidades Históricas, quando foram anunciadas ações em 44 cidades de 20 Estados. No caso do MARGS, o projeto começou a ser desenvolvido ainda na gestão do diretor Gaudêncio Fidelis (2011 a 2014) e foi apresentado em 2015, na gestão do diretor Paulo Amaral (2015 a 2018), tendo sido elaborado pela empresa da arquiteta Simone Rassmussen Neutzling, vencedora do processo de licitação.

Desenvolvido por uma equipe de técnicos especializados em engenharia e arquitetura, o projeto de reforma prevê a troca de piso no terraço do prédio, juntamente a obras nos 4 torreões superiores. Além de serem utilizados pelo Núcleo de Conservação e Restauro do museu e para a realização de oficinas, cursos e outras atividades, os torreões também abrigam parte da reserva técnica do acervo artístico do museu, que em sua totalidade conta com mais de 5 mil obras.

Além da reforma da parte superior do prédio, o projeto prevê também a substituição do sistema de climatização interno do museu, cujo funcionamento e capacidade de operação são vitais para garantir as condições técnicas de preservação das obras de arte sob guarda da instituição, bem como para receber obras de outros acervos e instituições.

Segundo o atual diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol, trata-se de uma aguardada notícia, que deve ser celebrada como a conquista de uma necessidade reivindicada e alentada há anos, sobretudo pelos dois diretores que o antecederam à frente do museu:

“A execução do projeto consiste em um restauro que oferecerá condições de manutenção e preservação da estrutura predial do museu, cuja construção histórica remonta à década de 1910. Com a reforma do terraço, estaremos evitando futuras infiltrações ou danos estruturais que poderiam vulnerabilizar inclusive os espaços expositivos no ambiente interno do museu”.

Dalcol também destaca as melhorias com a reforma dos quatro torreões:

“Com o restauro dos torreões, estaremos em melhores condições de prosseguirmos com nossas atividades e rotina museológica, considerando que atualmente dois deles são utilizados pelo Núcleo de Conservação e Restauro, um é adaptado para uma reserva técnica do acervo artístico e outro funciona como um espaço de atividades e cursos”.

Quanto às melhorias no sistema de climatização, o diretor-curador recorda que se trata de uma necessidade antiga e por isto urgente:

“A reforma do sistema de climatização implicará na importante conquista da substituição total do equipamento de ar condicionado que hoje supre o MARGS. Como se sabe, com as altas temperaturas dos últimos verões, o atual sistema não tem dado conta por completo da necessária capacidade de climatização, necessária para a conservação das obras e sua não vulnerabilização. Em janeiro deste ano, por exemplo, o equipamento  não deu conta das altíssimas temperaturas, demandando um conserto emergencial  para adequá-lo à necessidade de manter temperatura controlada no interior do museu. A instalação de um novo sistema de climatização não apenas suprirá uma demanda urgente, como colocará o MARGS em uma nova era, em acordo com o que regem os parâmetros museológicos internacionais.”

 

O prédio

 

O prédio do MARGS, situado no Centro Histórico de Porto Alegre, na Praça da Alfândega, foi criado entre os anos de 1913 e 1916. O imponente edifício, de quase 5.000m2, foi encomendado à firma do engenheiro Rodolfo Arhons, com projeto do arquiteto alemão Theo Wiederspahn, tendo sido tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1981. Três anos mais tarde, a Subsecretaria de Cultura do Estado o reconheceu como de interesse público por seu valor histórico-arquitetônico. Passou, então, a integrar o patrimônio cultural do Rio Grande do Sul. Em 1985, foi contemplado com o tombamento definitivo em nível estadual.

O MARGS funciona na sede atual da Praça da Alfândega desde 1978. Antes disso, ocupou diferentes espaços em Porto Alegre. Primeiramente, em 1957, foi instalado no foyer do Theatro São Pedro. Em 1970, quando o Theatro São Pedro foi fechado para reforma, o museu foi transferido para a sobreloja do Edifício Paraguay, na Avenida Salgado Filho.

Na década de 1980, o museu ganhou mais visibilidade, recebeu melhorias na sua estrutura e instalações, e realizou exposições de impacto, além de editar livros sobre artistas locais de reconhecimento. Também nesta década foi fundada a Associação dos Amigos do MARGS (1982).

Entre o final de 1996 e início de 1998, o prédio passou por um profundo trabalho de reforma, motivado pelo seu estado de deterioração. Com o restauro completo por que passou o prédio, recuperando toda sua infraestrutura e recebendo climatização e equipamentos expositivos atualizados, o MARGS pôde enfim amparar-se em parâmetros museológicos de operação, alavancando uma rápida expansão de suas atividades com projeção no cenário nacional e mesmo internacional. Nesta época, o Núcleo de Restauro foi completamente aparelhado, tornando o museu independente também neste campo. Entre 2006 e 2007, a estrutura externa do prédio e terraço foram novamente restaurados, recebendo pintura e demais reparos de manutenção.

 

A instituição

O MARGS exerce uma função cultural preponderante no Estado. Está articulado com outros museus do país e proporciona sustentação a projetos nacionais e internacionais. Sendo já desde sua fundação um agente decisivo na dinamização do circuito cultural gaúcho, em décadas recentes o museu tem trazido a Porto Alegre exposições de grande importância. Também tem abrigado seções especiais da Bienal do Mercosul em todas as suas edições, desde 1997.

O museu tem como principal finalidade colecionar, catalogar, documentar, guardar, conservar, restaurar e exibir os seus acervos documental e artístico, a fim de desenvolver exposições e atividades que proporcionem aos públicos experiências enriquecedoras, além de gerar produção de conhecimento e difusão de conteúdos. Ao procurar promover saber e experiências avançadas sobre a história da arte e a produção em artes visuais, tem como compromisso democratizar o acesso a este conhecimento por meio do desenvolvimento de programas, ações e estratégias voltadas para os diversos públicos aos quais a instituição se volta, com especial atenção à constituição e formação desses públicos.

Além de integrar a estrutura da Secretaria de Estado da Cultura, o MARGS se mantém graças aos esforços da sua associação. A Associação dos Amigos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul – AAMARGS – instituição sem fins lucrativos que tem como objetivo dar sustentabilidade aos trabalhos do museu.

Hoje, sob a direção de Francisco Dalcol, o MARGS possui um acervo de mais de 5.000 itens, que guarda obras datadas desde a primeira metade do século XIX até os dias atuais, abrangendo diferentes linguagens das artes visuais, como pintura, escultura, gravura, cerâmica, desenho, arte têxtil, fotografia, instalação, performance, arte digital e design, entre outros. A atual gestão investe em uma política curatorial e educacional que se volta em grande parte aos acervos artístico e documental do museu, por meio de visibilidade e produção de conhecimento original a partir dessas coleções.

 

 

Patrocínio

Banrisul

BRDE

Sulgás

 

Apoio

Café do MARGS

Arteplantas

Celulose Riograndense

Oliveira Construções

Tintas Killing

AAMARGS

 

Museu de Arte do Rio Grande do Sul

Localização: Praça da Alfândega, s./n.

Centro Histórico, Porto Alegre, RS

Telefone: 32272311

Entrada Franca

Site: www.margs.rs.gov.br

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www.twitter.com/margsmuseu

 

Apoio e Realização