Sobrevivente do holocausto que se transferiu para Porto Alegre nos anos 1950,
Smolianoff tornou-se conhecido por ter participado da Operação Bernhard, um projeto
do regime nazista para a produção de dinheiro falso durante a Segunda Guerra Mundial
A Associação dos Amigos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (AAMARGS) convida para a palestra “Salomon Smolianoff: resgate de uma história”, baseada na história do artista e falsário narrada no livro “Smolianoff: o cálice de um judeu”, de autoria de Magaly Amaral da Costa. O evento ocorre na próxima terça-feira (19.11.2019), às 16h, no auditório do MARGS, com a participação de Rafael Machado da Costa (organizador do livro) e Anico Herskowitz (artista visual). O evento marca o lançamento do livro pela editora Kaijuu.
Russo de origem judaica, Salomon “Sali” Smolianoff (1897-1976) tornou-se conhecido por historiadores e pesquisadores internacionais por ter participado da Operação Bernhard, um projeto do governo alemão para a produção de dinheiro falso durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto foi prisioneiro nos campos de concentração do regime nazista. Em função dessa atividade, foi considerado pela Interpol o mais hábil falsificador da primeira metade do século XX, faceta abordada no filme “Os falsários”, de 2007, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro.
Sobrevivente do holoausto, Smolianoff discretamente mudou-se para Porto Alegre em 1955, estabelecendo um ateliê na Avenida João Pessoa, onde manteve atividades como pintor. A partir da década de 1960, passou a narrar suas memórias à sua assistente, a artista plástica Magaly Amaral da Costa (1939-2016), que registrou sua história como pintor acadêmico premiado, falsificador e sobrevivente dos campos de concentração.
No evento do MARGS, os palestrantes revisitarão a história de Salomon Smolianoff como importante personagem da história europeia e porto-alegrense, dando luz aos períodos até então pouco documentados de sua vida, pregressos e posteriores ao seu envolvimento na Operação Bernhard, bem como às suas atividades como artista.
Smolianoff está representado no acervo do MARGS com uma obra, adquirida por meio de doação em 1989.
O projeto “Conversas no Museu” é uma iniciativa da AAMARGS e ocorre uma vez ao mês, sempre às terças-feiras, trazendo convidados para falar sobre arte, cultura e seus desdobramentos.
O MARGS funciona de terças a domingos, das 10h às 19h, sempre com entrada franca. Visitas mediadas podem ser agendadas no e-mail educativo@margs.rs.gov.br.
Sobre o personagem
Salomon Smolianoff (1897-1976) nasceu em Kremenchuk e frequentou a Academia de Artes de Odessa, onde recebeu o Primeiro Prêmio de Pintura e uma viagem de estudos para Pretrogrado. A instabilidade política após a revolução o motivou a deixar a União Soviética e partir para a Alemanha, onde passou a usar sua perícia artística para falsificar dinheiro, financiando a fuga de famílias judias da União Soviética que buscavam melhores condições de vida. Por anos, suas notas falsas circularam por toda a Europa sem serem percebidas, até que, quando finalmente foi capturado, recebeu o título de “O rei dos falsários”.
Após sair da prisão, jurou jamais voltar a produzir dinheiro falso, mas foi novamente encarcerado, desta vez pelo fato de ser judeu em plena Alemanha nazista. Passou pelos horrores do campo de concentração de Mauthausen e só sobreviveu devido à utilidade de suas habilidades como retratista. Isso até que suas outras habilidades foram reconhecidas, tendo sido obrigado a colaborar na “Operação Bernhard”, a maior produção e infiltração de dinheiro falso já feita, com o intuito de destruir a economia dos países aliados e financiar as negociações alemãs. Finda a guerra, teve de fugir da Europa buscando uma nova vida e acabou se instalando em Porto Alegre, no Brasil, onde viveu como artista e fabricante de brinquedos.
Sobre os participantes
Rafael Machado Costa
Doutorando e mestre em Artes Visuais com ênfase em História, Teoria e Crítica de Arte pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, bacharel em História da Arte, em Direito e escritor.
Anino Anico Herskowitz
Gravadora, desenhista, ilustradora e professora. Estuda, entre 1970 e 1974, no Instituto de Artes da UFRGS, em Porto Alegre. Em paralelo, participa de duas edições do Festival de Inverno de Ouro Preto da UFMG, em 1973 e 1974, e freqüenta o Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre, por um período que se estende até depois de sua formação universitária. Desde 1976, ministra cursos de xilogravura e litogravura em diversas cidades do interior gaúcho. Em Porto Alegre, lecionou no Ateliê Livre da Prefeitura, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, e no Instituto de Artes da UFRGS, como professora substituta de gravura.
O livro
Amaral da Costa, Magaly. “Smolianoff: o cálice de um judeu”. Porto Alegre: Kaijuu, 2019
231 páginas
Organização: Rafael Machado Costa
Preço: R$ 40,00
SERVIÇO
Conversas no Museu – “Salomon Smolianoff: resgate de uma história” e Lançamento do livro “Smolianoff: o cálice de um judeu”
Palestrantes : Rafael Machado da Costa e Anico Herskowitz
Data: 19.11.2019, às 16h
Local: Auditório do MARGS
Entrada gratuita (vagas limitadas a 60 lugares, por ordem de chegada)
Não é necessário realizar inscrição
Informações:
Tel.: (51) 3211-5736 (das 13h às 18h)
E-mail: aamargs@margs.rs.gov.br
Núcleo de Comunicação – margsmuseu@gmail.com – (51) 3286-3145 / Ramal 7192
AAMARGS – aamargs@margs.rs.gov.br – (51) 3211-5736 (das 13h às 18h)
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Visitação de terça a domingo, 10h às 19h, entrada gratuita
Telefone: (51) 3227-2311
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