O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) anuncia o lançamento de “Luiz Carlos Felizardo, um fotógrafo na estrada”, documentário em curta-metragem que aborda a trajetória e obra do fotógrafo porto-alegrense, notabilizado pela estética em preto e branco que marca sua produção artística.
Com direção de Gilberto Perin e Emerson Souza, o filme é uma realização da Associação dos Amigos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (AAMARGS), dando sequência à série “Acervo MARGS”, iniciado com o curta “Britto Velho, o pintor das cores impossíveis” (2018). O objetivo do projeto é apresentar e homenagear artistas que integram o Acervo Artístico do MARGS.
“Luiz Carlos Felizardo, um fotógrafo na estrada” será lançado em uma ação digital, sendo disponibilizado, a partir desta quinta-feira (16.07.2020), para ser assistido em streaming no canal do MARGS no YouTube (http://abre.ai/youtubemargs). Paralelamente, ao longo de julho, conteúdos sobre o artista, sua obra e o filme serão postados nas redes sociais do Museu (Instagram e Facebook), com o objetivo de ampliar e enriquecer a experiência proporcionada pelo filme.
A ação de lançamento se inicia na semana em que a AAMARGS completa 38 anos (em 15.07), integrando também a programação do mês de aniversário dos 66 anos do MARGS (comemorado em 27.07).
Segundo curta da série “Acervo MARGS”, e com duração de 20 minutos, “Luiz Carlos Felizardo, um fotógrafo na estrada” aborda a biografia profissional de Felizardo narrada pelo próprio fotógrafo, convidando o espectador a percorrer as memórias de suas muitas viagens pelo interior do Rio Grande do Sul realizando trabalhos na área da fotografia publicitária e industrial, paralelamente à sua produção artística. Como o próprio fotógrafo relembra: “Fotografava em cores para os clientes e em preto e branco para mim”.
No filme, Felizardo oferece um mergulho aos bastidores técnicos e criativos de sua produção. Conta, por exemplo, que sempre utilizou tripé para realizar suas fotografias, cuja conta ultrapassa os 18.000 negativos. A predileção pelos negativos de 10x12cm, pela luz natural e por câmeras de grande formato também são comentadas pelo fotógrafo. Felizardo fala ainda de sua busca para criar imagens capazes de reproduzir uma grande variação de tons de cinza e da memória que alguns objetos carregam. E ainda comenta sobre a doença com que convive desde 2006, e que interferiu na sua possibilidade de deslocamento por vontade própria, como ele explica no filme.
Entre outros temas, Felizardo fala sobre a paixão por fotografar cemitérios, que para ele sempre foram encarados de forma leve e natural. O documentário aborda também a necessidade do artista de se adaptar às novas condições de vida e trabalho quando foi diagnosticado com a doença Machado-Joseph, que afeta a coordenação motora; e que acabou por levá-lo à utilização de câmeras digitais. Felizardo explica no filme que hoje ele utiliza o zoom, que nunca havia usado até então, passando a entender que o zoom proporciona “a possibilidade de transporte”.
“Luiz Carlos Felizardo, um fotógrafo na estrada” inclui uma visita do fotógrafo à reserva técnica do MARGS, onde ele revê e comenta fotografias suas que fazem parte do Acervo Artístico do Museu. Felizardo está representado na coleção com 76 fotografias em preto e branco, produzidas entre 1975 e 1979, adquiridas por doação do artista e por compra. As fotos possuem dimensões de 30 x 40 e 35 x 40cm e retratam paisagens rurais, urbanas e litorâneas, além de objetos e pessoas, com vários matizes de cinza, entre o preto e branco.
As imagens se destacam pela busca da técnica perfeita no registro da luz e sombra, com forte influência do desenhista e ilustrador francês Gustave Doré (1832 — 1883) e da revista Life. O que impressionou Felizardo no trabalho de Doré é que “ele conseguia uma vitalidade em tons escuros fantástica, que me encantava completamente”, explica. Surgia aí a determinação de conseguir um dia fazer algo parecido com a manipulação de imagens fotográficas. O pai de Felizardo era assinante da célebre revista norte-americana que valorizava a imagem fotográfica e serviu de base na trajetória do jovem.
Para o artista visual e fotógrafo Gilberto Perin, Luiz Carlos Felizardo é um fotógrafo rigoroso na parte técnica, tudo para que suas fotos adquiram uma aparente simplicidade para que o espectador não fique pensando em como ele conseguiu fazer aquela foto e quais recursos foram usados. Perin comenta: “Essa simplicidade aparente é resultado da técnica e muita dedicação na hora de captar, por exemplo, uma simples parede de pedra das Missões Jesuíticas em São Miguel das Missões (RS)”. Perin destaca ainda o talento para refletir sobre a fotografia: “Ele também pensa e teoriza sobre o ato de fotografar. Felizardo têm livros editados como ‘O Relógio de Ver’ (2000), que reúne ensaios críticos sobre Fotografia escritos entre 1987 e 1999”.
Para Emerson Souza, Felizardo consegue, através das suas fotografias, imprimir a realidade com detalhes riquíssimos e com um olhar único: “Em suas obras em preto e branco, podemos analisar muito do seu conhecimento técnico somado a suas referências, resultando em verdadeiras obras de arte”. Na construção do filme, Emerson explica que a captação de imagens foi pensada de maneira a extrair suas motivações e inspirações, através de enquadramentos intimistas: “Na montagem, buscamos apresentar suas principais obras, após uma extensa pesquisa e compreensão sobre a história em torno de cada uma delas, priorizando sempre a narrativa do entrevistado. Foi desafiador produzir este documentário por se tratar de um fotógrafo experiente e muito técnico”.
O filme e o lançamento
“Luiz Carlos Felizardo, um fotógrafo na estrada”
>> “Luiz Carlos Felizardo, um fotógrafo na estrada” será lançado em uma ação digital, sendo disponibilizado, a partir desta quinta-feira (16.07.2020), para ser assistido em streaming no canal do MARGS no YouTube (http://abre.ai/youtubemargs).
>> Paralelamente, ao longo de julho, conteúdos sobre o artista, sua obra e o filme serão postados nas redes sociais do MARGS (Instagram e Facebook), com o objetivo de ampliar e enriquecer a experiência proporcionada pelo filme.
Sinopse: A trajetória, técnica e influências da arte fotográfica de Luiz Carlos Felizardo, que nasceu em Porto Alegre, RS, em 1949. O fotógrafo fala também da sua predileção para apresentar imagens com uma grande variação de tons de cinza. Em 1984, foi bolsista da Capes e da Comissão Fulbright e fez diversos ensaios fotográficos em Prescott (EUA), sob a supervisão do fotógrafo Frederick Sommer. Diagnosticado em 2006 com a doença Machado-Joseph que afeta a coordenação motora, Felizardo que sempre fotografou com câmeras de grande formato fala de como se adaptou às câmeras digitais.
Documentário, 2020, 20’37”
Direção, roteiro, produção-executiva: Gilberto Perin e Emerson Souza
Edição e sonorização: Emerson Souza
Direção de fotografia: Grégori Bertó
Imagens: Grégori Bertó e Emerson Souza
Arquivo Luiz Carlos Felizardo
Fotografias: Andrea Braga – Divulgação FUNARTE – Fabio Del Re, João Urban – Maciel Goelzer – Maria Helena Craidy Panta Aztiazaran – Roberto Loeb – Sandra Bordin Vinicios Roratto – Walton Mendelson
Cenas do documentário: “Luiz Carlos Felizardo, um retrato em meio tom” (2011). Direção: Liliana Sulzbach e César Graeff Santos
Arte: Cauê Meneghelli
Som direto: Zeco Darde
Transcrição: Francielly Brites
Produção: Pepperoni Filmes
Agradecimentos
Liliana Sulzbach – Cesar Graeff Santos
Raul Holtz – Evelyn Hunsche
Ludmila Raineski – Tempo Porto Alegre
Agradecimento Especial
Maria Isabel Locatelli
Sobre o fotógrafo
Luiz Carlos Rosa Felizardo (Porto Alegre, 1949) cursou Arquitetura na UFRGS entre 1968 e 1972, quando passou a dedicar-se exclusivamente à fotografia. Desde então, participa de mostras coletivas e individuais no Brasil e exterior. Bolsista da Comissão Fulbright (1984/1985), trabalhou sob supervisão de Frederick Sommer (1905-1999) em Prescott, Arizona, EUA.
Sua obra compõe as coleções do Consejo Mexicano de Fotografía, do Centro Wifredo Lam (Cuba), do Museo de Arte Moderno de Buenos Aires (ARG), do Center for Creative Photography (Tucson, AZ, USA), do Museu de Arte de São Paulo (Coleção Pirelli/MASP de Fotografias), do Museu de Arte Moderna de São Paulo, do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Porto Alegre), da Fundação Iochpe (São Paulo) Museum of Photography e da Fundação Vera Chaves Barcellos, além de coleções particulares no Brasil, Europa e Estados Unidos.
Em 1991 participou do grupo de dezoito fotógrafos brasileiros cujas obras foram adquiridas para o acervo inicial da Coleção MASP/Pirelli de Fotografias, primeira coleção de fotografia brasileira contemporânea em um museu. Em 2006, uma nova edição de seu trabalho foi incorporada à Coleção.
O projeto de sua exposição “O Sonho e a Ruína” foi contemplado no Edital Arte e Patrimônio 2007 (IPHAN/Paço Imperial). A exposição já foi apresentada no MARGS, no Paço Imperial (RJ), no Sítio Arqueológico de São Miguel das Missões, em São Paulo (Galeria da Caixa Cultural) e em Brasília. Posteriormente a coleção foi adquirida pelo IPHAN para acervo do Museu das Missões.
É autor dos livros “O Relógio de Ver” e “IMAGO”. Seu nome e seu trabalho constam em publicações nacionais e internacionais.
Em 2011 foi homenageado pelo Festfoto, em Porto Alegre, quando foi publicado “A Fotografia de Luiz Carlos Felizardo”, com curadoria de Paula Ramos e realizada exposição retrospectiva de sua obra no Santander Cultural.
De setembro de 2017 a março de 2018 foi homenageado pela UFRGS com uma exposição no Campus Central – O Percurso de um Olhar.
De novembro de 2018 a março de 2019 expôs, a convite do Instituto Ling, em Porto Alegre, o trabalho “A estranha xícara“, série de montagens digitais utilizando objetos importantes de sua vida, com curadoria de Mônica Zielinsky.
Sobre os diretores
Gilberto Perin (Guaporé, RS, Brasil). Formado em Comunicação Social pela PUCRS. Fotógrafo, roteirista de documentários e ficção, diretor de cena. Exposições recentes: em 2019, individual em Lisboa, “Sem Identificação e Genebra, “Fake Photos; em 2018, “Linha d’Água” e “Sem Identificação” no Museu de Arte do Rio Grande do Sul; e a coletiva “Queer Museum”, em Porto Alegre e Rio de Janeiro (2017 e 2018). Dois livros: “Camisa Brasileira” e “Fotografias para Imaginar”. Fotos em jornais e revistas brasileiras e estrangeiras. Fotografias em museus, entidades culturais e coleções particulares, no Brasil e Exterior. Na área do audiovisual, dirigiu curtas, médias e um longa-metragem de ficção; dirigiu e roteirizou clipes, programas musicais para a televisão e dirigiu dois DVDs (“Casa da Bossa – Tom Jobim e Xitãozinho” e “Chororó ao vivo em Garibaldi”). É roteirista da série “Dark Soccer” (junto com Paulo Nascimento e Tailor Diniz), em exibição na Amazon Prime Video.
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Emerson Souza (Porto Alegre, RS, Brasil). Editor, produtor e diretor com mais de 15 anos de experiência no mercado audiovisual, atuando em produções publicitárias, documentários e vídeos institucionais. Na televisão, trabalhou como editor no jornalismo e, atualmente, é responsável pela edição e finalização do programa Galpão Crioulo da RBS TV e de projetos especiais. Em 2016, passou um semestre na Europa onde trabalhou em uma produtora norueguesa em diversos projetos, entre eles um programa para o Canal Off.
Associação dos Amigos do
Museu de Arte do Rio Grande do Sul
AAMARGS
Fundada em 15 julho de 1982, a AAMARGS é uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos e duração por tempo indeterminado. A Associação tem por finalidade: promover a cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico do MARGS; difundir a arte, a cultura e a educação, através de um espaço público oferecido à comunidade para apreciação das reflexões e obras; promover o aumento do acervo de obras para exposições e estudos; e apoiar financeiramente as atividades afins do MARGS.
A Associação promove, incentiva coordena ou financia, subsidiados diretamente ou mediante convênios, acordos, parcerias ou eventos tais como: cursos, congressos, seminários, debates, conferencias e encontros de natureza social, cultural, educacional e outras, com o objetivo de angariar recursos ou abordar solução de problemas de interesse relacionados com as suas finalidades.
A AAMARGS funciona no subsolo do Museu e está aberta de terças a sextas, das 13 às 18 horas.
Rua Sete de Setembro, n° 1010. Centro Histórico – CEP: 90010-191, Porto Alegre/RS.
Fone (51) 3211-5736
E-mail: aamargs@margs.rs.gov.br
Presidente: Dirce Zalewski
1ª Tesoureira: Ilita da Rocha Patricio
Secretária: Reny Elizabeth de Araújo Ramacciotti
Conselho Fiscal: Carlos Carrion de Britto Velho, Gilberto Perin,
Carlos Alberto Carpena (suplente), Francisco Dalcol (diretor-curador do MARGS)
Assistente Administrativo: Girlei Both de Matos
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Como instituição pública, estamos seriamente empenhados com o compromisso de reduzir as possibilidades de contaminação, oferecendo condições de segurança, bem-estar e saúde ao público, aos nossos colaboradores e à sociedade como um todo.
Mesmo fechados, seguimos em atividade e contato com o público, reforçando o compromisso e empenho de continuarmos oferecendo nosso serviço público enquanto instituição museológica do Estado do RS voltada à história da arte e à memória artística, assim como às manifestações, linguagens, investigações e produção em artes visuais.
Desde o dia 18.03.2020, quando a visitação e as atividades presenciais foram suspensas no museu, o MARGS mantém suas equipes em regime de teletrabalho, mantendo contato com os nossos públicos e atendendo remotamente às demandas do museu. Com isso, nossas equipes estão trabalhando desde casa, em regime de teletrabalho.
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