MARGS encerra exposições e fecha temporariamente para receber reforma que envolve 
a substituição do sistema de climatização e a restauração da parte superior do histórico prédio

reforma MARGS

Com o encerramento simultâneo de todas as exposições, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul —  MARGS fecha à visitação do público nesta semana para realizar a desmontagem e a remoção das obras de arte. Os trabalhos ocorrerão ao mesmo tempo em todas as salas expositivas, nos dois andares, para que os espaços sejam liberados e, portanto, estejam em condições de receber a reforma de melhorias, que envolve a substituição do sistema de climatização e o restauro arquitetônico da parte superior do prédio do Museu.

Assim, a partir desta terça-feira, 01.12.2020, o MARGS estará temporariamente fechado, durante o período em que transcorrerem as intervenções da reforma do sistema de climatização dentro dos espaços expositivos e de visitação pública. A previsão é que esta parte da obra seja concluída até março de 2021, permitindo a partir daí a reabertura do Museu e o retorno das exposições. Já a reforma arquitetônica — que envolve o terraço, a claraboia e os quatro torreões do prédio — prosseguirá nos meses seguintes, com conclusão prevista para setembro de 2021.

Segundo o diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol, o objetivo é concentrar os trabalhos nos próximos meses, a fim de reduzir a duração da obra e, assim, minimizar o tempo de fechamento do Museu ao público:

“Para que a reforma do sistema de climatização possa ser realizada nos espaços expositivos, é necessário que o Museu seja fechado temporariamente. Assim, o encerramento simultâneo de todas as exposições ofereceu uma circunstância que oportuniza que as obras de melhorias sejam recebidas de maneira bastante coordenada. Isso significa que será possível concentrar e mesmo intensificar os trabalhos, a fim de que sejam realizados em tempo mais reduzido. Ou seja, para que a reforma ocorra mais rapidamente nos espaços expositivos. Com isso, esperamos minimizar a extensão do impacto que as obras causarão momentaneamente à operação museológica, além de também reduzir o tempo de fechamento do MARGS ao público. Se o cronograma desta etapa da reforma for cumprido conforme planejado, estaremos em condições de retornarmos com nossas exposições em março. Assim, ao mesmo tempo em que estaremos realizando a reforma, estaremos preparando e nos concentrando para um grande retorno do MARGS, que estará reformado e revitalizado.”

Para o diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol, a atual situação da pandemia da Covid-19 também torna o momento oportuno para receber esta etapa da reforma do sistema de climatização, pois o fechamento do Museu é necessário para a realização das obras nos espaços expositivos:

“Assim como os demais museus que interromperam a visitação pública em março e ficaram 7 meses fechados em razão da pandemia, o MARGS foi reaberto em outubro graças à consolidação da Bandeira Laranja. Com o atual cenário de preocupação e alerta renovados com o recrudescimento da pandemia por conta do retorno da Bandeira Vermelha, somado às decorrentes incertezas e indefinições que impedem qualquer tipo de planejamento com alguma margem de previsibilidade, entendemos que o atual momento acaba sendo oportuno para a reforma de climatização nos espaços expositivos, uma vez que o fechamento temporário do MARGS seria necessário em algum momento nos próximos meses para a execução desta etapa da obra.”

Durante a reforma, o MARGS continuará intensificado sua presença e atuação na Internet, com produção de conteúdos que estão sendo compartilhados no Instagram e no Facebook da instituição.

As ações envolvem diretamente os visitantes e os seguidores do MARGS nas redes sociais, sendo convidados a participar de atividades de mediação à distância, a desvendar obras do acervo do museu e a conhecer a história da instituição e seu prédio.

Como boa parte do conteúdo do MARGS nas redes sociais é gerada por interações, postagens e repostagens do que é compartilhado pelos próprios seguidores e visitantes, o público também está sendo convidado a postar (e repostar) imagens e relatos de suas lembranças e experiências no museu.

Para isso, basta marcar:

@museumargs

#museumargs

#museudeartedoriograndedosul

Reforma da parte superior do prédio
e do sistema de climatização

A reforma do MARGS está sendo executada pela empresa Arquium Construções e Restauro, com projeto de restauro da empresa Perene Cultural. A obra é contratada e supervisionada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) e a Secretaria de Obras e Habitação do Estado do RS.

As melhorias são financiadas pelo repasse de R$ 4.779.896,62 do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. O recurso garantirá a execução do projeto de revitalização do MARGS que foi originado em 2013, no PAC das Cidades Históricas, e apresentado em 2015. A previsão da reforma é que siga até setembro de 2021.

A concretização da reforma é resultado do esforço contínuo e permanente do MARGS e da Secretaria da Cultura do Estado do RS para a recuperação e preservação do MARGS.

Nas palavras da Secretária de Estado da Cultura do RS, Beatriz Araujo:

“As obras irão restituir ao MARGS, um dos museus mais visitados e conhecidos do Rio Grande do Sul, a plena condição de salvaguardar o acervo artístico, suas instalações e a estrutura do prédio histórico, além de receber o público com conforto e segurança”.

A reforma de restauração compreende intervenções junto à cobertura da edificação, envolvendo os quatro torreões, a claraboia e o terraço, bem como o restauro de elementos das fachadas como estatuária, ornatos, compoteiras, capitéis e balaústres, a realização de serviços de impermeabilização e de pintura, além da reforma do sistema de climatização do prédio.

Além de serem utilizados pelo Núcleo de Conservação e Restauro do MARGS e para a realização de oficinas, cursos e outras atividades, os torreões também abrigam parte da reserva técnica do Acervo Artístico do Museu, que em sua totalidade conta com mais de 5 mil obras.

Segundo o diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol, a reforma era uma aguardada melhoria:

“A execução do projeto consiste em um restauro que oferecerá condições de manutenção e preservação da estrutura predial do Museu, cuja construção histórica remonta à década de 1910. Com a reforma do terraço, estaremos evitando futuras infiltrações ou danos estruturais que poderiam vulnerabilizar inclusive os espaços expositivos no ambiente interno do Museu”.

Dalcol também destaca as melhorias com a reforma dos quatro torreões:

“Com o restauro dos torreões, estaremos em melhores condições de prosseguirmos com nossas atividades e rotina museológica, considerando que atualmente dois deles são utilizados pelo Núcleo de Conservação e Restauro, um é adaptado para uma reserva técnica do Acervo Artístico e outro funciona como um espaço de atividades e cursos”.

Quanto às melhorias no sistema de climatização, o diretor-curador recorda que se trata de uma necessidade antiga e por isto urgente, uma vez que o funcionamento e capacidade de operação do sistema são vitais para garantir as condições técnicas de preservação das obras de arte sob guarda da instituição, bem como para receber obras de outros acervos e instituições.

“A reforma do sistema de climatização implicará na importante conquista da substituição do equipamento que hoje supre o MARGS, e que necessita ser substituído por ter mais de 20 anos de uso, a fim de que o Museu assegure a necessária conservação das obras de arte e sua não vulnerabilização. Portanto, a instalação de um novo sistema de climatização não apenas suprirá uma demanda urgente em acordo com o que regem os parâmetros museológicos internacionais, como colocará o MARGS em uma nova era, perpetuando-o e projetando ao futuro.”

Situado no Centro Histórico de Porto Alegre, na Praça da Alfândega, o prédio onde o MARGS funciona desde 1978 foi construído na década de 1910 para abrigar a Delegacia Fiscal. O imponente edifício, de quase 5.000m2, foi encomendado à firma do engenheiro Rudolph Arhons com projeto do arquiteto alemão Theo Wiederspahn. Os ornamentos foram executados pela oficina de escultura de João Vicente Friedrichs, tendo como ornamentistas Victorio Livi e Franz Radermacker. Alfred Adloff foi o responsável pelas esculturas.

O prédio foi tombado pelo IPHAN em 1981. Três anos mais tarde, a Subsecretaria de Cultura do Estado o reconheceu como de interesse público por seu valor histórico-arquitetônico. Passou, então, a integrar o patrimônio cultural do Rio Grande do Sul. Em 1985, foi contemplado com o tombamento definitivo em nível estadual.

Devido a sua relevância como patrimônio cultural nacional e estadual e por ser considerado museu de arte de referência no país, espaço de divulgação, formação, conservação e restauro de coleções, o MARGS teve a proposta de execução da obra de restauração da cobertura e torreões e de climatização geral contemplada no Processo Seletivo 2019 do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos, que destinou recursos a órgãos e pessoas jurídicas de direito público federais para ações, entre outras, de preservação do patrimônio cultural.

O projeto executivo que embasa a contratação da obra decorre de Termo de Compromisso firmado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul no âmbito do Programa PAC Cidades Históricas (PAC-CH Nº 367), para o qual foram destinados recursos federais no total de R$ 130.603,65. O projeto executivo foi concluído e aprovado pelo órgão de patrimônio estadual e pelo IPHAN-RS em 2018.

A obra foi licitada pela Superintendência do IPHAN no Rio Grande do Sul, conforme Concorrência nº 01/2019, e resultado publicado no Diário Oficial da União em 04/02/2020. O valor da proposta vencedora é de R$ 4.779.896,62. O montante é integralmente apoiado com recursos decorrentes de Termo de Execução Descentralizada firmado entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por intermédio do Fundo de Defesa de Direitos Difusos e o IPHAN.

Implementação e adequação do
Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PPCI)

No momento, também está sendo executado no MARGS o Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PPCI), que consiste em medidas e adaptações que visam prevenir e evitar riscos de incêndio e permitir o abandono seguro dos ocupantes da edificação em caso de emergência.

Sob responsabilidade de empresa especializada, a implementação do PPCI envolve procedimentos de segurança que evitem a propagação de chamas e proporcionem meios de controle e extinção do incêndio, como sinalizações, dispositivos e alarme de incêndio, e equipamentos de combate ao fogo. Com isso, o Museu também contará com um grupo de funcionários treinados e habilitados para agir em caso de incêndio.

A conquista do PPCI pelo MARGS resulta dos esforços da Direção e da Associação de Amigos do Museu (AAMARGS) em proporcionar manutenção e melhorias das condições de infraestrutura para o prédio e a operação do Museu. O PPCI está sendo viabilizado com patrocínio da Banrisul Vero, BRDE e Sulgás por meio do Plano Anual do MARGS, que é gerido pela AAMARGS nos termos do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) — Lei de Incentivo à Cultura (antiga Lei Rouanet).

Segundo o diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol, o PPCI é hoje uma exigência para instituições museológicas como o MARGS:

“Depois da tragédia que tristemente testemunhamos com o incêndio do Museu Nacional, planos e projetos de segurança contra incêndio se tornaram uma exigência premente e urgente para todos os Museus. O PPCI do MARGS virá a se somar ao “Plano de Gerenciamento de Riscos: Prevenção, Salvaguarda e Emergência” de que o Museu já dispunha. Com tudo isso implementado, o MARGS estará em melhores condições de segurança para proteger as mais de 5 mil obras de arte do Acervo Artístico e mesmo a edificação e suas instalações, além de oferecer maior segurança aos públicos e funcionários do Museu”.

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