Com a visitação do público temporariamente interrompida para reformas desde o início de dezembro de 2020, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul — MARGS começa este novo ano com as primeiras etapas cumpridas das melhorias previstas. A adequação do Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PPCI) já está na fase de finalização e as obras estruturais seguem conforme o planejamento inicial, contemplando a substituição do sistema de climatização e o restauro arquitetônico da parte superior do prédio do Museu.
Desde o dia 01.12.2020, data em que o MARGS suspendeu as atividades de atendimento ao público de forma presencial para receber as reformas, os preparativos mobilizaram equipes para desmontagem simultânea das cinco exposições que ocupavam os espaços expositivos nos dois andares do Museu. Essa etapa envolveu a remoção e a entrega de obras emprestadas que estavam em exibição, bem como a salvaguarda das peças que compõem o Acervo Artístico do Museu.
O processo abrangeu, ainda, o acondicionamento adequado do conjunto de obras que também integra o Acervo Artístico do MARGS e que fica em exibição permanente no foyer, nas escadas e no auditório do Museu. Este cuidado constitui um procedimento preventivo que tem por finalidade assegurar a proteção e a conservação das obras, em caso de eventual geração de poeira, sujeira e demais resíduos e partículas no ambiente que possam comprometer a integridade delas.
Para dar início à substituição do sistema de climatização também foi necessário o revestimento de todo o mobiliário das salas dos núcleos de trabalho e operacionalização do Museu. A primeira fase já foi concluída com a limpeza completa dos dutos do sistema de climatização.
Também em dezembro foi iniciada a montagem das estruturas e andaimes para a reforma arquitetônica e a implementação das medidas de segurança e preservação.
A previsão é que a finalização desta primeira parte das obras ocorra em março de 2021, permitindo a partir daí a reabertura do Museu e o retorno das exposições de forma parcial e gradual, uma vez a reforma arquitetônica — que envolve o terraço, a claraboia e os quatro torreões do prédio — prosseguirá nos meses seguintes, com conclusão prevista até setembro de 2021.
Durante a reforma, o MARGS continua intensificando sua presença e atuação no digital, com produção de conteúdos que estão sendo compartilhados no Instagram e no Facebook da instituição.
As ações envolvem diretamente os visitantes e os seguidores do MARGS nas redes sociais, sendo convidados a participar de atividades de mediação à distância, a desvendar obras do acervo do Museu e a conhecer a história da instituição e seu prédio.
Como boa parte do conteúdo do MARGS nas redes sociais é gerada por interações, postagens e repostagens do que é compartilhado pelos próprios seguidores e visitantes, o público também está sendo convidado a postar (e repostar) imagens e relatos de suas lembranças e experiências no Museu.
Para isso, basta marcar:
@museumargs #museumargs #museudeartedoriograndedosul
Reforma da parte superior do prédio
e do sistema de climatização
A reforma do MARGS está sendo executada pela empresa Arquium Construções e Restauro, com projeto de restauro da empresa Perene Cultural. A obra é contratada e supervisionada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) e a Secretaria de Obras e Habitação do Estado do RS.
As melhorias são financiadas pelo repasse de R$ 4.779.896,62 do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. O recurso garantirá a execução do projeto de revitalização do MARGS que foi originado em 2013, no PAC das Cidades Históricas, e apresentado em 2015. A previsão da reforma é que dure 9 meses, seguindo até julho de 2021.
A concretização da reforma é resultado do esforço contínuo e permanente do MARGS e da Secretaria da Cultura do Estado do RS para a recuperação e preservação do MARGS.
Nas palavras da Secretária de Estado da Cultura do RS, Beatriz Araujo:
“As obras irão restituir ao MARGS, um dos museus mais visitados e conhecidos do Rio Grande do Sul, a plena condição de salvaguardar o acervo artístico, suas instalações e a estrutura do prédio histórico, além de receber o público com conforto e segurança”.
A reforma de restauração compreende intervenções junto à cobertura da edificação, envolvendo os quatro torreões, a claraboia e o terraço, bem como o restauro de elementos das fachadas como estatuária, ornatos, compoteiras, capitéis e balaústres, a realização de serviços de impermeabilização e de pintura, além da reforma do sistema de climatização do prédio.
Além de serem utilizados pelo Núcleo de Conservação e Restauro do MARGS e para a realização de oficinas, cursos e outras atividades, os torreões também abrigam parte da reserva técnica do Acervo Artístico do Museu, que em sua totalidade conta com mais de 5 mil obras.
Segundo o diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol, a reforma era uma aguardada melhoria:
“A execução do projeto consiste em um restauro que oferecerá condições de manutenção e preservação da estrutura predial do Museu, cuja construção histórica remonta à década de 1910. Com a reforma do terraço, estaremos evitando futuras infiltrações ou danos estruturais que poderiam vulnerabilizar inclusive os espaços expositivos no ambiente interno do Museu”.
Dalcol também destaca as melhorias com a reforma dos quatro torreões:
“Com o restauro dos torreões, estaremos em melhores condições de prosseguirmos com nossas atividades e rotina museológica, considerando que atualmente dois deles são utilizados pelo Núcleo de Conservação e Restauro, um é adaptado para uma reserva técnica do Acervo Artístico e outro funciona como um espaço de atividades e cursos”.
Quanto às melhorias no sistema de climatização, o diretor-curador recorda que se trata de uma necessidade antiga e por isto urgente, uma vez que o funcionamento e a capacidade de operação do sistema são vitais para garantir as condições técnicas de preservação das obras de arte sob guarda da instituição, bem como para receber obras de outros acervos e instituições.
“A reforma do sistema de climatização implicará na importante conquista da substituição do equipamento que hoje supre o MARGS, e que necessita ser substituído por ter mais de 20 anos de uso, a fim de que o Museu assegure a necessária conservação das obras de arte e sua não vulnerabilização. Portanto, a instalação de um novo sistema de climatização não apenas suprirá uma demanda urgente em acordo com o que regem os parâmetros museológicos internacionais, como colocará o MARGS em uma nova era, perpetuando-o e projetando ao futuro.”
Situado no Centro Histórico de Porto Alegre, na Praça da Alfândega, o prédio onde o MARGS funciona desde 1978 foi construído na década de 1910 para abrigar a Delegacia Fiscal. O imponente edifício, de quase 5.000m2, foi encomendado à firma do engenheiro Rudolph Arhons com projeto do arquiteto alemão Theo Wiederspahn. Os ornamentos foram executados pela oficina de escultura de João Vicente Friedrichs, tendo como ornamentistas Victorio Livi e Franz Radermacker. Alfred Adloff foi o responsável pelas esculturas.
Reconhecido como de interesse público por seu valor histórico-arquitetônico, o prédio foi tombado em nível estadual em 1983, pela então Divisão do Patrimônio Histórico e Cultural do Estado (Dphic). A portaria de tombamento foi a de n. 04/83, de 20/06/1983, retificada através da portaria 03/84, de 1/08/1984 e ratificada pela portaria 01/85, de 11/07/1985. O tombamento foi inscrito em 30/06/1983, sob o número 22, no Livro do Tombo Histórico, e publicado no Diário Oficial do Estado em 16/08/1984). Em nível federal, foi tombado em 2002 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com integrante do sítio histórico das praças da Matriz e da Alfândega.
Devido a sua relevância como patrimônio cultural nacional e estadual e por ser considerado museu de arte de referência no país, espaço de divulgação, formação, conservação e restauro de coleções, o MARGS teve a proposta de execução da obra de restauração da cobertura e torreões e de climatização geral contemplada no Processo Seletivo 2019 do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos, que destinou recursos a órgãos e pessoas jurídicas de direito público federais para ações, entre outras, de preservação do patrimônio cultural.
O projeto executivo que embasa a contratação da obra decorre de Termo de Compromisso firmado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul no âmbito do Programa PAC Cidades Históricas (PAC-CH Nº 367), para o qual foram destinados recursos federais no total de R$ 130.603,65. O projeto executivo foi concluído e aprovado pelo órgão de patrimônio estadual e pelo IPHAN-RS em 2018.
A obra foi licitada pela Superintendência do IPHAN no Rio Grande do Sul, conforme Concorrência nº 01/2019, e o resultado foi publicado no Diário Oficial da União em 04/02/2020. O valor da proposta vencedora é de R$ 4.779.896,62. O montante é integralmente apoiado com recursos decorrentes de Termo de Execução Descentralizada firmado entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por intermédio do Fundo de Defesa de Direitos Difusos e o IPHAN.
Implementação e adequação do
Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PPCI)
No momento, também está sendo executado no MARGS o Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PPCI), que consiste em medidas e adaptações que visam prevenir e evitar riscos de incêndio e permitir o abandono seguro dos ocupantes da edificação em caso de emergência.
Sob responsabilidade da empresa COMBAT, a implementação do PPCI envolve procedimentos de segurança que evitem a propagação de chamas e proporcionem meios de controle e extinção do incêndio, como sinalizações, dispositivos e alarme de incêndio, e equipamentos de combate ao fogo. Com isso, o Museu também contará com um grupo de funcionários treinados e habilitados para agir em caso de incêndio.
A conquista do PPCI pelo MARGS resulta dos esforços da Direção e da Associação de Amigos do Museu (AAMARGS) em proporcionar manutenção e melhorias das condições de infraestrutura para o prédio e a operação do Museu. O PPCI está sendo viabilizado com patrocínio da Banrisul Vero, BRDE e Sulgás por meio do Plano Anual do MARGS, que é gerido pela AAMARGS nos termos do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) — Lei de Incentivo à Cultura (antiga Lei Rouanet).
Segundo o diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol, o PPCI é hoje uma exigência para instituições museológicas como o MARGS:
“Depois da tragédia que tristemente testemunhamos com o incêndio do Museu Nacional, planos e projetos de segurança contra incêndio se tornaram uma exigência premente e urgente para todos os museus. O PPCI do MARGS virá a se somar ao “Plano de Gerenciamento de Riscos: Prevenção, Salvaguarda e Emergência” de que o Museu já dispunha. Com tudo isso implementado, o MARGS estará em melhores condições de segurança para proteger as mais de 5 mil obras de arte do Acervo Artístico e mesmo a edificação e suas instalações, além de oferecer maior segurança aos públicos e funcionários do Museu”.
MARGS EM CASA
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