Em ação conjunta a ser realizada em março, o Núcleo Educativo do museu e o programa público da exposição
“Gostem ou não – Artistas mulheres no acervo do MARGS” promovem um ciclo de três encontros
Ao propor uma reflexão sobre interseccionalidade e a necessidade de pensar em feminismos no plural,
pretende-se discutir questões pertinentes à condição das mulheres na atualidade
O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) promove no mês de março um ciclo de 3 encontros pelo já tradicional projeto “Mulheres artistas: questões atuais”, em realização desde 2015, com proposição e organização pelo Núcleo Educativo do museu.
Neste ano, o projeto ganha uma edição ampliada, em uma ação realizada em conjunto com o programa público da exposição “Gostem ou não – Artistas mulheres no acervo do MARGS”. Inaugurada em dezembro e em exibição no museu até 22.03.2020, a mostra coletiva tem curadoria do grupo de pesquisa Mulheres nos Acervos (Cristina Barros, Marina Roncatto, Mel Ferrari e Nina Sanmartin).
Com o tema “Interseccionalidade”, a série de 3 encontros pelo projeto “Mulheres artistas: questões atuais” será realizada nos dias 03.03, 10.03 e 17.03.2020, sempre às 16h, no auditório do museu, com entrada gratuita. A programação reunirá diversas convidadas (leia mais nas próximas páginas).
Juntamente à simultânea apresentação das exposições “Gostem ou não – Artistas mulheres no acervo do MARGS” e “Mariza Carpes – Digo de onde venho”, que no momento ocupam todas as salas expositivas do segundo andar do MARGS, “Mulheres artistas: questões atuais – INTERSECCIONALIDADE” faz parte das ações promovidas pelo museu com o objetivo de criar um contexto preliminar para a chegada da 12ª Bienal do Mercosul, que a seguir, entre abril e julho de 2020, ocupará todo o museu com uma edição voltada às relações entre arte e feminismo.
Assim, em sintonia e afinidade com a temática da próxima Bienal, o MARGS procura oferecer na atual temporada, por meio de sua programação artística, um ambiente preparatório para momento em que o museu prosseguirá sendo palco de debates e experiências sobre a produção de artistas mulheres.
Além disso, “Mulheres artistas: questões atuais – INTERSECCIONALIDADE” integra as ações da campanha “Universo feminino”, a ser realizada pela Secretaria de Estado da Cultura do RS em todo o Estado e em parceria com secretarias municipais, somando-se a instituições que promovam atividades sobre direitos humanos e políticas públicas para as mulheres.
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Mulheres artistas: questões atuais
INTERSECCIONALIDADE
Argumento
Ao propor e convidar os públicos a uma reflexão sobre interseccionalidade e sobre a necessidade de pensar em feminismos no plural, “Mulheres artistas: questões atuais – INTERSECCIONALIDADE” pretende discutir questões pertinentes às mulheres na atualidade sob diferentes perspectivas, por meio de um exercício de escuta das narrativas individuais das convidadas e do compartilhamento de experiências, entendendo que o que é pessoal também é político e que o relato de uma pode gerar reações em muitxs outrxs.
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Encontro 1
03.03.2020, 16h às 18h
Agnes Mariá (Poetas Vivos)
Filha de Obá e Exu, gaúcha, artivista, escritora, poeta, compositora, produtora cultural, professora em formação, idealizadora da iniciativa cultural nacional Poetas Vivos, autora do livro independente “Nega diaba na cidade de Deus” e uma das escritoras na antologia “Vozes da revolução”. Recebeu o troféu Arte em Movimento 2018, foi vice-campeã da Flup no mesmo ano e representou o Rio Grande do Sul, pela segunda vez consecutiva, no festival literário das periferias em 2019.
Natália Pagot (Poetas Vivos)
Mulher negra, feminista, angoleira, educadora, filha de Iamanjá e Ogum. Eterna metamorfose. Capricorniana nascida no verão de 1995. Escreve desde 2011 na ânsia de ter um espaço de fala e escuta. Licenciada em Ciências Biológicas pela UFRGS em 2019, capoerista no Grupo de capoeira angola NZambi. Autora do fazine “Do inferno ao inverno”, lançado em agosto de 2018, e organizadora da antologia “Vozes da revolução”, lançado em 2019 pelo coletivo Poetas Vivos.
Clara Corleone
Atriz e escritora. Em 2019, lançou seu primeiro livro, “O homem infelizmente tem que acabar”, pela editora Zouk pelo selo Casa da Mãe Joanna. Desde 2017, comanda o próprio sarau literário no Von Teese Bar.
Nanni Rios
Jornalista, livreira e produtora cultural. Mora em Porto Alegre há 10 anos. Assina a curadoria de livros e atividades da Livraria Baleia, especializada em autoria feminista e nas temáticas de gênero, sexualidade e direitos humanos. Produz as festas de música brasileira Tieta e Cadê Tereza?, ambas com foco na valorização da diversidade – cultural, musical e étnica – brasileira em Porto Alegre.
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Encontro 2
10.03.2020, 16h às 18h
Ana dos Santos
Professora de Literatura Brasileira e poetisa. Mestranda em Estudos Literários Aplicados do PPG Letras/UFRGS, ministra a oficina de escrita criativa “Mulher negra, meu corpo, minha voz”. Tem dois livros publicados: “Flor” (2009) e “Poerotisa” (2019). Faz parte do catálogo “Intelectuais negras visíveis” (UFRJ) e é acadêmica da Academia de Letras do Brasil/Rio Grande do Sul na cadeira 100, com a Patrona Lélia Gonzales.
Angélica Kaingang
Indígena do povo Kaingang, mulher, mãe. Pertence à terra indígena Votouro, norte do estado do Rio Grande do Sul, lugar onde nasceu, cresceu, até o momento de ingressar na Universidade. Atualmente mora na retomada de território indígena Tupã Nhe’e Kretã, litoral do estado do Paraná. Por todos esses lugares citados se dão as territorialidades Kaingang. É formada em Serviço Social pela UFRGS, e este ano retorna à mesma no Programa de Pós-graduação em Política Social e Serviço Social para o mestrado. Atua no movimento indígena na defesa e disseminação dos conhecimentos e lutas indígenas.
Cristina Ribas
Pós-doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV) do Instituto de Artes da UFRGS e PhD no Departamento de Arte no Goldsmiths College University of London (Bolsista CAPES). Trabalha como artista, pesquisadora e não muito frequentemente como curadora. Tem escrito sobre feminismo, arte e política, animada por uns feminismos transversais, e pela maternidade. Concebeu a plataforma online Desarquivo.org para livre uso. Faz parte da Red Conceptualismos del Sur.
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Encontro 3
17.03.2020, 16h às 18h
Adriana Boff
Artista plástica, gestora e produtora cultural. Atualmente ocupa o cargo de Coordenadora de Artes Plásticas da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre.
Mitti Mendonça
Artista visual independente. Em 2017, criou o selo Mão Negra Resiste, motivada por fomentar diálogos e protagonizar poéticas negras no universo da arte. Sua pesquisa aborda a memória, o afeto e a ancestralidade. Tem uma produção que perpassa as linguagens de bordado, colagem, desenho, arte sonora e videoperformance. Atua no circuito de feiras de arte impressa e exposições.
Mulheres nos Acervos
Pesquisa colaborativa proposta pelas pesquisadoras de história da arte Cristina Barros, Marina Roncatto, Mel Ferrari e Nina Sanmartin, que consiste na coleta e análise de dados sobre a presença de trabalhos artísticos de autoria feminina nas coleções públicas de arte da cidade de Porto Alegre. O grupo assina a curadoria da exposição “Gostem ou não – Artistas mulheres no acervo do MARGS”.
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Sobre a exposição
Com o objetivo de trazer a público uma exposição sobre artistas mulheres no acervo do MARGS, as autoras do projeto Mulheres nos Acervos — que pesquisam a produção artística feminina nas coleções públicas de arte de Porto Alegre — foram convidadas a desenvolver uma proposição curatorial-expositiva para o museu. Integram o grupo Cristina Barros, Marina Roncatto, Mel Ferrari e Nina Sanmartin, que em comum são alunas ou egressas do curso de graduação em História da Arte do Instituto de Artes da UFRGS.
Em interlocução com a Direção do MARGS, as pesquisadoras organizaram uma mostra a partir de suas investigações e reflexões. Intitulada “Gostem ou não — artistas mulheres no acervo do MARGS”, a coletiva apresenta, em formato expositivo, uma investigação recente sobre a presença e a representatividade das artistas mulheres no acervo do museu, ao mesmo tempo integrando o contexto mais amplo do projeto de pesquisa, que tem resultado em mostras também organizadas pelas pesquisadoras nas outras instituições cujos acervos são também objeto do estudo.
O título da mostra no MARGS é baseado em uma afirmação feita pela pintora Alice Brueggemann (1917-2001) ao jornal Correio do Povo, em 1964: “Se gostam ou não do que faço não me interessa”. Nesta ocasião, Brueggemann já era uma artista de trajetória consolidada, mas mesmo assim era frequentemente indagada sobre as escolhas de sua pesquisa artística.
A partir da análise feita sobre o acervo do MARGS, o grupo de pesquisadoras apresenta em sua curadoria artistas e obras, de valor artístico e histórico, que consolidaram suas carreiras através de instâncias de legitimação ou autolegitimação em diferentes períodos da história da arte.
Além do levantamento de dados efetuado pela pesquisa, “Gostem ou não” traz a público obras do acervo artístico do MARGS nunca expostas, como “Projectio I” (1984), de Regina Silveira, e “Atlas do céu azul” (2008), de Marina Camargo, e também aquisições recentes de artistas como Christina Balbão, Alice Brueggemann e Maria Lídia Magliani.
Além disso, o Núcleo Educativo e o Núcleo de Documentação e Pesquisa tornam-se grandes colaboradores no processo de pesquisa da mostra, na medida em que as discussões levantadas pelo projeto já vêm sendo trabalhadas e discutidas dentro do museu por esses setores.
Mulheres nos Acervos é uma pesquisa colaborativa proposta pelas pesquisadoras de história da arte Cristina Barros, Marina Roncatto, Mel Ferrari e Nina Sanmartin, que consiste na coleta e análise de dados sobre a presença de trabalhos artísticos de autoria feminina nas coleções públicas de arte da cidade de Porto Alegre. Em 2019, o projeto já apresentou os resultados da pesquisa e exposições na Pinacoteca Aldo Locatelli e na Pinacoteca Ruben Berta, ambas pertencentes à Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
No MARGS, a simultaneidade da exposição do projeto Mulheres no Acervo e da individual de Mariza Carpes, que ocupam todas as salas expositivas do segundo pavimento do MARGS, foi concebida propositadamente. A intenção é criar um contexto preliminar para a chegada da 12ª Bienal do Mercosul, que a seguir, entre abril e julho de 2020, ocupará todo o MARGS com uma edição voltada às relações entre arte e feminismo.
Assim, em sintonia e afinidade com a temática da próxima Bienal, o MARGS procura oferecer, por meio de sua programação artística, um ambiente preparatório para momento em que o museu prosseguirá sendo palco de debates e experiências sobre a produção de artistas mulheres.
Leia mais sobre a exposição:
MARGS apresenta exposição dedicada às artistas mulheres presentes no acervo do museu
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SERVIÇO
Mulheres artistas: questões atuais – INTERSECCIONALIDADE
Data: 03.03, 10.03 e 17.03.2020
Horário: 16h
Local: Auditório do MARGS
Entrada gratuita
*Vagas por ordem de chegada, limitadas a 60 lugares.
MUSEU DE ARTE DO RIO GRANDE DO SUL – MARGS
Apoio
Café do MARGS
Banca do livro
Bistrô do MARGS
Arteplantas
Celulose Riograndense
Oliveira Construções
Tintas Killing
iSend
Realização
Governo do Estado do Rio Grande do Sul
SEDAC – Secretaria de Estado da Cultura do RS
MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul
AAMARGS – Associação dos Amigos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul
MARGS
Praça da Alfândega, s/n°
Centro Histórico, Porto Alegre, RS
90010-150
Visitação de terça a domingo, 10h às 19h, entrada gratuita
Telefone: (51) 3227-2311
Site: www.margs.rs.gov.br
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