Christina Balbão — Além do silêncio

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS, instituição da Secretaria de Estado da Cultura do RS – Sedac, e o Banrisul apresentam a exposição “Christina Balbão — Além do silêncio”.

A inauguração será realizada na quinta-feira, 19.10.2023, às 18h, em evento aberto ao público. A mostra segue em exibição até 10.03.2024, no 1º andar expositivo do MARGS, ocupando as Pinacotecas e a Sala Aldo Locatelli. 

Visitação de terça-feira a domingo, das 10h às 19h (último acesso 18h), com entrada gratuita. Visitas mediadas podem ser agendadas para grupos mediante o e-mail educativo@margs.rs.gov.br.

A EXPOSIÇÃO

“Christina Balbão — Além do silêncio” é uma das principais exposições da programação alusiva ao aniversário dos 70 anos do MARGS, a serem celebrados em 27.07.2024. 

Ao mesmo tempo em que resgata e reavalia a produção artística de Christina Helfensteller Balbão (1917-2007), a mostra é também uma homenagem que assinala e dimensiona a sua destacada atuação como profissional do MARGS ao longo dos mais de 50 anos em que esteve trabalhando e envolvida com a instituição. 

Assim, a exposição traz a público uma inédita apreciação da obra e trajetória da artista, reunindo mais de 130 obras, a maior parte delas até então nunca apresentadas, juntamente a uma ampla e extensa documentação com arquivos apresentados em projeção de fotografias, mesas com documentos e conteúdos biográficos.

Concebida, produzida e realizada pelo MARGS, “Christina Balbão — Além do silêncio” tem pesquisa e curadoria de Cristina Barros (curadora do MARGS), Blanca Brites e Mel Ferrari (curadoras convidadas), com envolvimento de todas as equipes do Museu e da Associação de Amigos — AAMARGS.

CHRISTINA BALBÃO E O MARGS

Artista e professora de artes da UFRGS, Christina Balbão foi também uma profissional fundamental para a construção e qualificação do MARGS. Além de primeira funcionária do Museu, é ainda hoje a que mais tempo trabalhou nele. 

Essa relação começa já na criação do MARGS, em 1954, ao lado do fundador e primeiro diretor Ado Malagoli, e se estende nas décadas seguintes, mesmo após a sua aposentadoria compulsória, em 1987, tendo colaborado até a sua passagem, em 2007, aos 90 anos.

Nesses mais de 50 anos de dedicação ao Museu, Christina Balbão foi responsável pelo acervo, organizadora de exposições, técnica administrativa, mediadora para o público visitante, museóloga e arquivista. O reconhecimento de que a educação pela arte está na origem e na história do MARGS se deve em grande parte à sua pioneira atuação em prol da função educativa dos museus para a sociedade.

“Christina Balbão — Além do silêncio” é a primeira grande exposição monográfica sobre sua obra e trajetória. Enquanto que suas atuações como professora da UFRGS e funcionária no MARGS são reconhecidas, sua produção artística é até hoje pouco conhecida publicamente. A oportunidade para esta reunião de pinturas, esculturas, desenhos e estudos se dá a partir de uma grande aquisição por parte do Museu, proporcionada pela generosa doação da família de mais de 300 obras, em 2018, mesmo ano em que o centro de documentação do MARGS recebeu seu nome em homenagem. 

Desde então, essas obras passaram por processos de catalogação e restauração pelo MARGS, possibilitando a apreciação desta que é a primeira apresentação pública de parte significativa do conjunto, ao qual se integram empréstimos dos acervos da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo da UFRGS e da Pinacoteca Aldo Locatelli de Porto Alegre.

No MARGS, “Christina Balbão — Além do silêncio” integra ainda o programa expositivo intitulado “Histórias ausentes”, voltado a projetos de resgate, memória e reconsideração histórica que procuram conferir visibilidade e legibilidade a manifestações e narrativas artísticas, destacando trajetórias, atuações e produções.

Assim, com esta exposição, o MARGS tem por objetivo colaborar para o processo de constituição de memória e de reconhecimento do legado de Balbão. E, juntamente, contribuir para desvelar o papel ativo desempenhado por mulheres como ela na construção de nossos museus e instituições artísticas.

Abaixo, seguem mais informações

 

 

CHRISTINA BALBÃO

Christina Helfensteller Balbão (Porto Alegre, RS, 1917 – Porto Alegre, RS, 2007). Pintora, desenhista, escultora e professora. Ingressou em 1933 no então Instituto de Belas Artes de Porto Alegre, onde estudou pintura, escultura e também piano. Em 1938 iniciou viagens pelo Brasil, América Latina e Europa, conhecendo a arte e as instituições destes lugares. Começou a dar aulas de desenho em 1939 e, no ano seguinte, estagiou no ateliê de Leopoldo Gotuzzo. Foi assistente do professor Fernando Corona na disciplina de escultura do Instituto de Belas Artes no ano de 1943. Estudou em Buenos Aires em 1952, com o escultor Horácio Juarez. Expôs poucas vezes seus trabalhos em coletivas e nunca individualmente. Participou de muitos grupos relacionados à arte, entre os quais a Associação Rio-grandense de Artes Plásticas Francisco Lisboa; Associação Araújo Porto Alegre e Associação Brasileira de Desenho. Tornou-se professora do Instituto no ano de 1954, formando muitos artistas de repercussão internacional. No mesmo ano foi contratada pelo então diretor do MARGS, Ado Malagoli, como assistente técnica, preparando exposições e fazendo trabalhos administrativos, contribuindo com o crescimento do museu. Aposentou-se em 1987, tanto pelo Instituto de Artes quanto pelo MARGS, mas manteve-se sempre atenta aos eventos de arte, incentivando jovens artistas.

 

APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL

Por
Francisco Dalcol
Diretor-curador do MARGS
Doutor em Teoria, Crítica e História da Arte

Por ocasião das comemorações de seus 70 anos, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul — MARGS dedica esta ampla exposição a Christina Balbão (1917-2007).

Artista e professora do Instituto de Artes da UFRGS, foi também uma profissional fundamental para a construção e qualificação do Museu. Além de primeira funcionária, é ainda hoje a que mais tempo trabalhou nele. Daí que as histórias de Balbão e do MARGS se entrecruzam. 

Seu envolvimento com o Museu começa já na origem, em 1954, ao lado do criador e primeiro diretor Ado Malagoli, e se estende nas décadas seguintes, mesmo após a sua aposentadoria compulsória, em 1987, tendo colaborado até a sua passagem, em 2007, aos 90 anos.

Nesses mais de 50 anos de dedicação, Balbão foi responsável pelo acervo, organizadora de exposições, técnica administrativa, mediadora para o público visitante, museóloga e arquivista. Quando se rememora que a educação pela arte está na base e “no DNA” do MARGS, muito disso se deve à sua pioneira atuação em prol da função educativa dos museus para a sociedade.

Essa extensa contribuição ficou marcada na história do Museu tanto pelo empenho no seu trabalho como pela constante presença de sua personalidade.

O interesse de Balbão pelo conhecimento e pela atualização a levava à permanente busca por novos horizontes, sobretudo pelas possibilidades que a permitiram realizar constantes viagens, fosse para centros artísticos fosse para cidades históricas. E sempre convergindo compromisso com a tradição e abertura às novidades artísticas.

Sua vida e obra se inscrevem no contexto de sentidos, valores e sensibilidades próprios ao século 20, transportando-nos para uma “época artística” na qual figuram tantos nomes que notabilizam a nossa história da arte, sobretudo a sul-rio-grandense.

Esta é a primeira grande exposição monográfica de Christina Balbão. A despeito de ela mesma não ter estimulado a socialização de suas obras quando em vida, sua produção artística restava em grande parte ainda desconhecida publicamente, há muito aguardando uma apreciação como esta, que pudesse conferir uma legibilidade histórica e artística, ao mesmo tempo aprofundada e abrangente.

A oportunidade para esta reunião de pinturas, esculturas, desenhos e estudos se dá por uma grande aquisição por parte do Museu, proporcionada pela generosa doação da família de mais de 300 itens, em 2018, mesmo ano em que o centro de documentação do MARGS recebeu seu nome em homenagem. 

Desde então, essas obras foram submetidas a processos de catalogação e restauração, possibilitando agora que estejam em condições de exibição para esta que é a primeira apresentação pública de parte significativa do conjunto, ao qual se integram empréstimos dos acervos da Pinacoteca Barão de Santo  ngelo da UFRGS e da Pinacoteca Aldo Locatelli de Porto Alegre.

No MARGS, “Christina Balbão — Além do silêncio” integra o programa expositivo intitulado “Histórias ausentes”, voltado a projetos de resgate, memória e reconsideração histórica que procuram conferir visibilidade e legibilidade a manifestações e narrativas artísticas, destacando trajetórias, atuações e produções artísticas.

Por tudo isso, esta exposição tem por objetivo colaborar para o processo de constituição de memória e de reconhecimento do legado de Balbão. E, juntamente, contribuir para desvelar o papel ativo desempenhado por mulheres como ela na construção de nossos museus e instituições artísticas.

Agradecemos às curadoras, pelo detido e aprofundado trabalho de pesquisa que agora temos a oportunidade de prestigiar e celebrar, e à equipe do MARGS, pelo total envolvimento e engajamento com o projeto e seu sentido.

 

TEXTO CURATORIAL 

Por
Cristina Barros, curadora MARGS
Blanca Brites e Mel Ferrari, curadoras convidadas

Artista e professora, Christina Balbão dedicou sua carreira ao ensino de artes visuais. Como docente, colaborou para a formação de novos artistas pelo Instituto de Artes da UFRGS. E, como profissional de museu, contribuiu para a formação de públicos fruidores, a partir das atividades que exerceu na estruturação e operação do Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS.

Nos registros históricos, assim como na história oral recuperada, Christina é frequentemente descrita como uma figura de modéstia, caracterizada por sua discrição. No que diz respeito ao campo da história da arte sul-rio-grandense, são tímidas as menções a Balbão que tratam, com maior aprofundamento, de sua personalidade como artista e professora.

Por certo, há na historiografia da arte local um reconhecimento de seu envolvimento com grupos fundamentais na consolidação das instituições artísticas da cidade de Porto Alegre. No entanto, sua posição é recorrentemente assinalada como a de uma testemunha de projetos artísticos protagonizados por outros agentes.

“Além do silêncio”, primeira exposição individual de sua obra, rompe com a imagem silenciosa de Christina Balbão ao investigar arquivos pessoais e entrevistas onde a artista e professora se revela como uma meticulosa cronista de suas próprias experiências. Seus escritos e fotografias não apenas documentam memórias de estudos e viagens, mas também revelam o interior de uma mente que, apesar de reservada em sua expressão pública, comunica-se com enorme curiosidade e vanguardismo com o mundo ao seu redor.

Formada em Pintura (1938) e Escultura (1942) pelo Instituto de Belas Artes de Porto Alegre, atual Instituto de Artes da UFRGS, produziu como artista um conjunto de obras em desenho, pintura e escultura, apresentado publicamente em exposições coletivas realizadas entre 1933 e 1961, em Porto Alegre e em outras cidades do país, como Salvador e Belo Horizonte.

Ainda como aluna, pelo seu destaque, foi convidada por professores como Fernando Corona e Luís Maristany de Trias para atuar como assistente em suas disciplinas de escultura e pintura, respectivamente.

Sua pintura, inicialmente voltada aos temas acadêmicos comuns – retratos, paisagens e naturezas-mortas –,  passou por um momento de transformação quando, no final da década de 1940, explorou composições abstratas coloridas. Este fato, em uma revisão da historiografia da arte sul-rio-grandense, revela Christina Balbão como uma das pioneiras na produção de arte abstrata no Rio Grande do Sul, figurando, então, ao lado de artistas considerados pioneiros, como Paulo Flores.

Na escultura, Balbão notabilizou-se pela modelagem aplicada em camadas espessas de matéria em gesso. Corona, seu professor de escultura, dedicou elogiosos trechos de seus diários de classe à inovação plástica das esculturas elaboradas pela jovem aluna e artista. Outros nomes da escultura moderna a inspiraram em seu percurso formativo, como é o caso do artista argentino Horácio Juarez, com quem teve aulas em Buenos Aires, em 1952, além do artista italiano De Fiori, cuja influência é atestada pelos materiais de estudo da artista.

Ainda que a produção de Balbão apresente valor técnico, artístico e histórico, o conhecimento sobre sua produção como artista ficou resguardado à geração que presenciou suas apresentações em exposições coletivas até a década de 1960. Após esse período, Christina apresentou obras em raras situações expositivas, promovidas, sobretudo, no âmbito universitário, e sua atenção se direcionou às atividades desenvolvidas como assistente do MARGS e professora do Instituto de Artes da UFRGS.

Esse rompimento com a atuação artística profissional não significou, no entanto, um abandono completo de suas atividades criativas. A investigação de arquivos pessoais de Christina, cedidos por sua família e por Mara Frantz, pesquisadora e amiga, revelam que seu exercício artístico foi mantido, ainda que por vias alternativas e afastadas da circulação institucional. Nessa perspectiva, a docência é um campo de continuidade.

Sua experiência como professora tem início ao ser aprovada, em concurso público, para lecionar Desenho na Escola Experimental Fernando Gomes, atual Escola Técnica Ernesto Dornelles, ainda em 1940. Segundo depoimento de Balbão, esse foi um período de aprendizado, pois “as crianças têm liberdade e audácia para tentar tudo sem censura”, o que tornava seu contato com elas muito prazeroso. 

Jovem professora, se identificava com os princípios da Escola Nova do Brasil, movimento de renovação do ensino em que o aprendizado se faz pela experiência, sobretudo no domínio da arte. No Brasil, desde a primeira metade do século 20, influenciados pelo filósofo e pedagogo estadunidense John Dewey, os intelectuais brasileiros como Anísio Teixeira, Cecília Meirelles, Fernando de Azevedo e Lourenço Filho foram protagonistas na defesa da criação da Escola Nova do Brasil.

Durante o período em que lecionou no primário, Balbão continuou frequentando o Instituto de Belas Artes e participando de cursos de aperfeiçoamento, palestras, atividades culturais e também viagens de estudos. Ao lado da artista Alice Soares,viajava em busca de informações sobre inovações artísticas e o ensino de arte. Augusto Rodrigues, fundador da Escolinha de Arte do Brasil, foi um importante interlocutor das artistas no período, frequentemente visitado, por elas, no Rio de Janeiro.

Em 1945, ao assumir a disciplina de Desenho no Instituto de Belas Artes como professora titular, Balbão buscou romper com o modelo tradicional e acadêmico de ensino transmitido a ela como aluna.

Dona Christina, como era chamada, ficou conhecida por deixar seus alunos livres em suas práticas artísticas. Gesto que, ao observador ingênuo, poderia representar uma falta de condução, mas que, no entanto, significava respeito diante de diferentes estágios de aprendizado e valorização do processo criativo de cada discente, incentivando exercícios protagonizados pela imaginação e não por processos de cópia de modelos acadêmicos.

Uma imagem que permanece, aos que passaram por sua sala de desenho, é a de suas mãos gesticulando sobre os desenhos ao dizer “veja aqui”, como se estivesse semeando algo. Com esses gestos, chamava atenção às possibilidades que ainda não se conseguia perceber. A dança das mãos queria incentivar o olhar, provocar, mas também gerava inquietações.

Com seu espírito humanista, apresentava conhecimentos além do conteúdo programático da disciplina, trazendo informações sobre música, arte popular, literatura e teatro. Também assinalava, como incentivo à observação, detalhes do convívio ativo com a cidade e descobertos no caminho percorrido no Centro de Porto Alegre, entre sua residência, na rua Fernando Machado, e o Instituto de Artes, na rua Senhor dos Passos.

Envolvida com esse repertório artístico e pedagógico, acumulado ao longo de suas viagens e vinculado a uma leitura favorável sobre a modernização desses campos, Christina Balbão assumiu o cargo de Assistente Técnica do MARGS em 1954, ano de sua fundação. Ao lado de Ado Malagoli, fundador e primeiro diretor do Museu, e da colega Alice Soares, desempenhou papéis cruciais no MARGS, não só em sua organização técnica e administrativa inicial como também na concepção e execução do projeto de museu que daria forma à instituição.

Como a primeira e a mais longeva funcionária do MARGS, Balbão teve sua história profundamente entrelaçada com a do Museu. Ao longo de mais de 30 anos de dedicação, durante 16 gestões diferentes, envolveu-se em todas as frentes de trabalho da instituição, desde a organização do acervo até a mediação dos públicos visitantes.

A ênfase na educação pela arte, que é parte essencial da missão do MARGS desde os primórdios, deve muito à sua visão pioneira sobre a função social e educativa dos museus na sociedade, intimamente interligada aos ideais da Escola Nova que, segundo Balbão, a orientaram como professora e como guia do Museu.

Apesar de tantos anos dedicados à instituição, há uma lacuna de informações mais detalhadas sobre a relação de Balbão com o MARGS. Um depoimento seu de 2004, concedido por ocasião da organização de uma seleta de textos comemorativa aos 50 anos da instituição, é importante fonte para compreendermos a história do Museu e as atividades que Balbão desenvolveu. Sua documentação administrativa, arquivada com menor fôlego, completa um quadro de informações amplas que revelam, por exemplo, seu currículo funcional e seus turnos de trabalho.

Em paralelo à atuação diária como professora, inicialmente Christina realizava jornadas noturnas de trabalho no Museu, das 20h às 22h, que eventualmente ocupavam também seus sábados e domingos. Alice Soares, cuja rotina de trabalho se assemelhava, optou pelo afastamento das atividades do Museu para conseguir se dedicar ao trabalho como artista e professora. Balbão, como antes mencionado, priorizou as atividades como docente da UFRGS e assistente do MARGS, deixando, gradualmente, sua atuação artística em segundo plano.

Além disso, as documentações mostram que, após a gestão inicial de Malagoli, entre 1954 e 1959, a direção do MARGS entrou em um período de rotatividade constante entre os anos de 1960 a 1975 – período em que ocorreram 10 trocas de gestão, sendo 7 delas com a duração aproximada de 1 ano. Em uma revisão contemporânea, essa informação revela a atuação de Balbão como uma agente de continuidade, gestão após gestão, do projeto do Museu. Com sua permanência ao longo das sucessivas trocas de direção, poderíamos dizer que Balbão cumpriu também o papel de memória institucional e de defesa do Museu. 

Sua contribuição na rotina do MARGS se estendeu nas décadas seguintes, mesmo após sua aposentadoria compulsória, em 1987. Balbão manteve vínculo com a instituição em atividades da Associação dos Amigos do Museu, a AAMARGS, o que se estendeu até sua passagem, em 2007, aos 90 anos.

Ainda em seu depoimento de 2004, Christina conclui com a afirmação de que, ao completar 50 anos, “o Museu está vivo como Malagoli desejava”. Entretanto, por sua modéstia, deixou de reconhecer que a consolidação do MARGS enquanto um Museu vivo é em grande parte devedora de seu envolvimento e comprometimento com a instituição. Passadas duas décadas, esta curadoria afirma, em revisão: o Museu segue vivo, como Christina Balbão desejava e também graças a ela.

AS CURADORAS  

Blanca Brites  

Professora titular, pesquisadora e orientadora no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais no Instituto de Artes, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Pós-Doutorado (1998) e Doutorado (1986) em Arte Contemporânea, pela Université de Paris I – Panthéon-Sorbonne. Mestrado em História da Arte, pela Université de Paris I – Panthéon-Sorbonne (1975). Bacharel em Escultura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1972). Coordenadora da Comissão de Graduação do curso de Bacharelado em História da Arte, Instituto de Artes/UFRGS. Membro do Comitê Editorial da Revista Porto Arte (2001-2015). Membro do Conselho Editorial da Revista Ícone (2015). Membro do Comitê Brasileiro de História da Arte – CBHA. Membro do Conselho Consultivo do Museu de Arte Moderna do Rio Grande do Sul Ado Malagoli – MARGS (2010-2014). Membro da Comissão organizadora do Catálogo Geral da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo do IA/UFRGS (2014). Coordenadora da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, Instituto de Artes/UFRGS. Curadora independente. Apresenta experiência na área de Artes Visuais, com ênfase em História da Arte Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: Acervo, Museologia, Arte no Rio Grande do Sul e Espaço Urbano.

Cristina Barros  

É pesquisadora, educadora e possui experiência com curadoria no campo das artes visuais. Mestranda em História, Teoria e Crítica de Arte pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV) do Instituto de Artes da UFRGS. Bacharela em História da Arte pelo Instituto de Artes da UFRGS (2021). É curadora-assistente do Museu de Arte do Rio Grande do Sul — MARGS, onde também desenvolve atividades como Coordenadora de Programa Público. Vive e trabalha em Porto Alegre (RS, Brasil). Entre 2018 e 2020, foi estagiária do Núcleo Educativo e de Programa Público e do Núcleo de Curadoria do MARGS. Integrou a equipe do Programa Educativo da Bienal do Mercosul em suas duas últimas edições, em 2020 e em 2022. E, paralelamente, coordenou equipes educativas temporárias em exposições de curta duração apresentadas no Farol Santander Porto Alegre entre 2020 e 2021. É uma das representantes do Brasil na Red-LEHA (Red Latinoamericana de Estudiantes de Historia del Arte). 

Mel Ferrari 

Mestre em História da Arte (PGEHA-USP) e especialista em Economia da Cultura (UFRGS). Coordena o núcleo de curadoria e produção do Museu de Arte Contemporânea do RS (MACRS). Trabalhou com acervos, arte educação e curadoria em instituições como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), Instituto de Artes Visuais do RS (IEAVi), Instituto de Artes da UFRGS, Pinacotecas da Prefeitura de Porto Alegre, Instituto Goethe, Farol Santander Porto Alegre e Fundação Bienal do Mercosul. Foi coordenadora do Colegiado Setorial de Artes Visuais do RS (2019-2021). É sócia e produtora da Papelera, feira de artes gráficas. Realizou acompanhamento artístico dos residentes da Galeria Ista (2021-2022). É idealizadora do projeto Mulheres nos Acervos que investiga a pluralidade de gênero dentro dos acervos de artes de Porto Alegre, em 2019, o projeto recebeu o Destaque em Acervos do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas.

 

SERVIÇO

Exposição “Christina Balbão — Além do silêncio”

Quando:  abertura dia 19.10.2023, às 18h, em evento aberto ao público. Em exibição até 10.03.2024 

Onde: 1º andar expositivo do MARGS (Pinacotecas e Sala Aldo Locatelli). Praça da Alfândega, s/n°, Centro Histórico de Porto Alegre, RS – Brasil – 90010-150

Visitação: terça-feira a domingo, das 10h às 19h (último acesso 18h), com entrada gratuita. Visitas mediadas para grupos e escolas podem ser agendadas pelo e-mail educativo@margs.rs.gov.br

 

 

MARGS | MUSEU DE ARTE DO RIO GRANDE DO SUL 

Instituição museológica pública, vinculada à Secretaria de Estado da Cultura do RS, voltada à história da arte e à memória artística, assim como às manifestações, linguagens, investigações, pesquisas e produções em artes visuais.

O MARGS realiza seus projetos por meio de patrocínios como pela Lei de Incentivo à Cultura Federal. O projeto do Plano Anual 2023, gerido pela Associação de Amigos do Museu (AAMARGS), está identificado pelo PRONAC 223047 sob o nome “Exposições de Artes Visuais no MARGS”.

Patrocínio direto:

Banrisul

Apoio:

Café do MARGS

Banca do Livro

Bistrô do MARGS

Arteplantas

iSend

Tintas Renner

Pinacoteca Barão de Santo Ângelo da UFRGS

Pinacoteca Aldo Locatelli de Porto Alegre

Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul — MACRS

Museu da Comunicação Hipólito da Costa — MUSECOM

Realização:

AAMARGS – Associação dos Amigos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul 

MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul 

SEDAC – Secretaria de Estado da Cultura do RS / Governo do Estado do Rio Grande do Sul 

MARGS

Praça da Alfândega, s/n°

Centro Histórico, Porto Alegre, RS, 90010-150

Visitação de terça a domingo, 10h às 19h, entrada gratuita

Telefone: (51) 3227-2311

Site: www.margs.rs.gov.br

Facebook: https://www.facebook.com/museumargs

Instagram: www.instagram.com/museumargs

Apoio e Realização