DESTEMPO de Neca Sparta
A artista visual Neca Sparta inaugura, na quinta-feira, dia 1º de fevereiro, às 19h, a sua primeira exposição individual no MARGS.
O Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli tem a honra de apresentar a exposição “DESTEMPO”, de Neca Sparta, no dia 1º de fevereiro, às 19h, com entrada franca. A mostra, com curadoria de André Venzon, pode ser visitada de 02 de fevereiro a 11 de março de 2018, nas galerias Pedro Weingärtner e Ângelo Guido. São obras em vídeo e fotografia que revelam o trabalho intenso e comprometido com os objetos que movem o universo poético da artista. Os espaços de tempo em que os trabalhos transcorrem, representam a reflexão de Neca Sparta diante das dúvidas e incertezas da vida. Na crença que o ser humano possa ser o próprio tempo, a artista nos fala a respeito das suas imagens: “A mesa posta esvaziada de gente. A flor exalando do vaso seu perfume, em vão. Resistem toalha, louças e talheres num recolher que não morre nunca.”
A exposição pode ser visitada de terças a domingos, das 10h às 19h, com entrada gratuita. Visitas mediadas podem ser agendadas pelo e-mail educativo@margs.rs.gov.br
Para saber mais:
DESTEMPO de Neca Sparta
O tempo jamais se apresentou tão forte, tão meditativo como nos atuais trabalhos da artista Neca Sparta. Nas fotografias e vídeos que apresenta se percebe uma energia íntima que está presente na luminosidade das cenas ambientadas em partes de sua casa. Essas imagens compõem um arquivo pessoal e guardam um ritmo lento e diferente daquele a que estamos acostumados na rotina diária.
Plenos de uma luz que ofusca os sentimentos de solidão e ausência, de vazio e silêncio, os espaços cênicos são configurados igualmente pelas performan威而鋼
ces como conceito operacional dos trabalhos mais recentes de Sparta. A presença da artista é solidária com os móveis, com os utensílios de mesa, com as roupas de cama, constituindo um sensível enxoval que se revela como extensão de um corpo já ausente.
Sentimo-nos empurrados por essa série de movimentos visuais e sonoros, que envolvem totalmente a artista e a nós mesmos. Um certo sentimento de fantasmagoria permeia a atmosfera dos eventos e lhes confere uma forte tensão emocional. As cenas que transcorrem vagarosamente criam uma sequência de gestos delicados, um atrás do outro, criam cenas que transcorrem vagarosamente, desfazendo o tempo alongando-o, e fazendo com que o vejamos sob outra perspectiva, com uma dimensão de espera incontrolável, identificada como destempo.
O corpo da artista parece não conseguir se distanciar dos objetos que representam uma espécie de memorabilia a corporificar a fisionomia do passado que lhe interessa. Juntos ansiamos pela hora de um encontro que não chega, que pode significar aquilo que está por vir, na arte e também na vida. O que não vemos mais vive na recordação da artista e na nossa, e a capacidade de não esquecer é que distancia ou aproxima nosso olhar da obra de arte, cujo ritmo de fruição pulsa tranquilo em compassos diferentes em cada indivíduo. Assim, de forma serena, talvez possamos começar a adentrar o pensamento e o fazer poético da artista.
Se é verdade que sobrevivemos na memória dos outros, o desvelamento, na obra de Neca Sparta, como exemplifica Heidegger, é uma abertura para a ideia de um universo imensurável que angustia ao mesmo tempo que movimenta, em que não há sentidos prévios. Contudo, esses podem estar nos encontros sensíveis entre a artista e os ambientes com objetos que elege. As reminiscências da casa podem expressar, ainda, uma impossibilidade do corpo de se auto habitar, de existir apenas dentro de si, impelindo-o a se confrontar com esse lugar que é feito da ausência do outro, mas também de um eterno devir.
André Venzon
Artista visual, curador e gestor cultural.
Mestrando em Poéticas Visuais (PPGAV/UFRGS).
Currículo resumido
NECA SPAR犀利士
TA (Santo Ângelo/RS, 1948). Pós-graduada em Poéticas Visuais – Gravura, Fotografia e Imagem Digital pela FEEVALE e graduada em Letras pela FIDENE. Desenvolve sua produção em pintura, fotografia, na construção de objetos e instalações. Atualmente vive e trabalha em Porto Alegre. Cursou Belas Artes na UFRJ. Estudou ainda com Plínio Bernhardt, Karen Lambrecht, Charles Watson, Wagner Barja, Jailton Moreira, Niúra Legramante Ribeiro, Sandra Rey, Eduardo Veras e André Severo. Participou de cursos na ARENA. Atualmente frequenta grupos de estudo com Ana Flávia Baldisseroto e Maria Helena Bernardes. Contemplada com o VII Prêmio Açorianos, Prêmio Especial do Júri, com a exposição Coletiva O Jardim do Rei: Uma Visão Poética da História Natural de Buffon (2013, Museu de Ciências Naturais, Porto Alegre); destaque do I PRÊMIO IEAVI com a exposição individual Subversões do Tempo (2011, MCRS Porto Alegre) e selecionada com a exposição individual Presente Ausente na Galeria Iberê Camargo (2009, SMC, Porto Alegre). Indicada ao I Prêmio Açorianos, Categoria Coletiva, com o Projeto Percurso – Gravura Contemporânea (2007, MARGS, Porto Alegre). Participou de mostras coletivas em outros estados do Brasil e em espaços culturais do Canadá, Portugal, Austrália, Uruguai e Argentina. Possui obras nos acervos do MARGS, MACRS e do IEAVI.
SERVIÇO
Título da exposição: “DESTEMPO”
Artista: Neca Sparta
Curador: André Venzon
Abertura 1º de fevereiro de 2018 (quinta-feira)
Visitação: De 02 de fevereiro a 11 de março de 2018
Local: Galerias Pedro Weingärtner e Ângelo Guido
Entrada Franca
Contatos:
Artista: Neca Sparta – 51 3346-3322 / 99113-5533
Curador: André Venzon – 51 3209-6085 / 98125-4411 / atelierandrevenzon@gmail.com
Núcleo de Curadoria: curadoria@margs.rs.gov.br – 32272012/ Ramal 7032
Núcleo de Comunicação – comunicacao@margs.rs.gov.br – 32863145 / Ramal 7192
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Armazém da Impressão
Museu de Arte do Rio Grande do Sul
Localização: Praça da Alfândega, s./n.
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Telefone: 3227-2311
Entrada Franca
Site: www.margs.rs.gov.br
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